Tesla no espaço: astrônomos confundem carro com asteroide (SpaceX/Divulgação)
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 17h35.
Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 17h39.
Asteroide ou Tesla? O Centro de Planetas Menores (MPC), órgão da União Astronômica Internacional (IAU), anunciou a descoberta de um novo asteroide, classificado como 2018 CN41, mas logo precisou corrigir a avaliação. E a culpa é do Elon Musk.
O que parecia ser um objeto próximo à Terra (NEO) era, na verdade, o Tesla Roadster, veículo lançado ao espaço em 2018 a bordo de um foguete Falcon Heavy, da SpaceX. A trajetória do carro, que cruza as órbitas de Marte e da Terra, é semelhante à de um asteroide com órbita excêntrica.
O padrão levou os astrônomos a classificarem o objeto como um NEO, já que ele chegou a cruzar a órbita lunar a menos de 240 mil km da Terra. As análises mais detalhadas, no entanto, confirmaram a existência do carro esportivo vermelho, pertencente à frota de Musk.
Bill Gates elogia esforço de Musk para reduzir gastos públicos, mas alerta sobre cortes em saúdeDe acordo com o site Astronomy, a detecção inicial ocorreu porque o Tesla continua acoplado ao estágio superior do foguete Falcon Heavy. Isso ampliou a confusão, pois ambos refletem luz solar e criam características semelhantes às de asteroides.
Confusões como essa não são raras na astronomia. Em 2007, por exemplo, a nave Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), foi temporariamente identificada como um asteroide.
Desde seu lançamento, o Tesla Roadster percorre um trajeto imprevisível pelo sistema solar. Em 2018, cientistas da Universidade de Cornell estimaram que o veículo tinha 22% de chance de colidir com a Terra em 15 milhões de anos e 12% de atingir Vênus ou o Sol em um tempo ainda mais longo. Para o curto prazo, o carro não representa qualquer risco.
A próxima aproximação com a Terra está prevista para 2047, quando ficará a cerca de 5 milhões de quilômetros de distância. A influência gravitacional dos planetas torna, porém, difícil prever o destino do veículo no longo prazo.
Em 2023, o Tesla Roadster completou cinco anos vagando pelo espaço e percorreu 4 bilhões de quilômetros. Mas há incertezas sobre o estado do carro. Sem observações diretas desde 2018, os cientistas dependem de cálculos para estimar a trajetória dele e a exposição prolongada à radiação e o risco de impactos com meteoroides podem ter danificado ou até mesmo destruído parte do veículo.
O Tesla Roadster fez a primeira aproximação a Marte em 2020, quando passou a cerca de 8 milhões de quilômetros do planeta vermelho, ou aproximadamente 20 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Estima-se que já tenha completado três voltas e um quarto ao redor do Sol e esteja localizado a cerca de 384 milhões de quilômetros da Terra, de acordo com o site de rastreamento Where Is Roadster?.
O site, entretanto, tem informações imprecisas. Astrônomos explicam que rastrear o carro não oferece relevância científica significativa.