Ciência

Nova vacina oral consegue curar chimpanzés do ebola em testes

A pesquisa utilizou dez animais que não mostraram nenhum efeito adverso e poucos sinais de estresse após 28 dias de testes

Chimpanzé: doenças como o ebola representam graves ameaças para esses mamíferos em seus habitats naturais (./AFP)

Chimpanzé: doenças como o ebola representam graves ameaças para esses mamíferos em seus habitats naturais (./AFP)

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EFE

Publicado em 9 de março de 2017 às 21h07.

Washington - Uma nova vacina oral contra ebola testada em chimpanzés conseguiu curar os animais das doenças sem efeitos secundários, indicou um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista especializada "Scientific Reports".

A pesquisa, realizada em uma clínica em New Iberia, na Louisiana, uma das poucas usar chimpanzés para esse tipo de pesquisa nos Estados Unidos, utilizou dez animais que não mostraram nenhum efeito adverso e poucos sinais de estresse após 28 dias de testes.

"Desenvolvemos uma ferramenta muito promissora para a inoculação de espécies de símios frente à quantidade de doenças mortais enfrentadas na natureza, mas o progresso contínuo depende do acesso a um pequeno número de animais cativos", afirmou o responsável pela pesquisa na Universidade de Cambrigde, Peter Walsh.

Essa é a primeira vacina administrada de forma oral contra uma doença e desenvolvida especificamente para proteger símios em estado selvagem, já que doenças como o ebola representam graves ameaças para esses mamíferos em seus habitats naturais.

Após décadas de uso de chimpanzés para testes de vacinas para humanos, as mudanças nas leis dos EUA fizeram com que os laboratórios que usavam os animais para esse tipo de pesquisa fossem fechados no país.

No entanto, os pesquisadores destacaram a "horrível ironia" das alterações legislativas. Elas representaram uma vitória para os defensores dos animais, mas serão prejudiciais para os chimpanzés e os gorilas em seus habitats naturais.

Segundo o estudo, a vacinação dos primatas selvagens deve ser iniciada primeiro em cativeiro para garantir o correto funcionamento da imunização.

Por isso, os autores da pesquisa afirmaram que o novo modelo de vacina não poderá progredir até o ponto de ser utilizado para proteger os símios selvagens em risco de extinção.

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