Vacina: testes clínicos para a vacina da Sinopharm começaram em 27 de abril (Yulia Reznikov/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 28 de junho de 2020 às 10h38.
Última atualização em 30 de junho de 2020 às 09h23.
A farmacêutica chinesa Sinopharm afirmou que sua vacina desenvolvida contra o novo coronavírus é segura e se mostrou capaz de criar anticorpos fortes nas fases 1 e 2 de testes. Todos os participantes da testagem receberam duas doses da vacina com intervalos de 3 a 4 semanas e desenvolveram anticorpos capazes de neutralizar o vírus.
A notícia foi divulgada pouco depois de o mundo chegar a marca de 10 milhões de casos da covid-19 sem nenhum tratamento ainda aprovado para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.
Os testes clínicos para a vacina da Sinopharm começaram em 27 de abril, com 1.120 voluntários, de forma randomizada, ou seja, com integrantes escolhidos de forma aleatória. A pesquisa também foi duplo-cega, o que implica que nem os pesquisadores e nem os pacientes sabiam o que estava sendo administrado contra a doença --- uma das formas mais assertivas de comprovar a eficácia de um estudo. Havia ainda um grupo que recebeu a versão em placebo da vacina.
A empresa está expandindo a capacidade de fabricação de vacinas contra o SARS-CoV-2. Segundo a farmacêutica, as fábricas em Wuhan e Pequim conseguem produzir pelo menos 200 milhões de doses de uma eventual proteção. Essa é a segunda vacina desenvolvida pela companhia e a primeira a demonstrar resultados positivos.
Ao todo mais 200 vacinas estão sendo desenvolvidas por empresas farmacêuticas em conjunto com universidades e centros de pesquisa de todo o planeta. Dessas, apenas 15 entraram na fase de testes clínicos e são consideradas potenciais candidatas para erradicar a transmissão de covid-19. Uma delas é a da Universidade de Oxford em parceria com a indústria farmacêutica AstraZeneca, que será testada, inclusive, no Brasil.
A China está desenvolvendo vacinas em cinco categorias --- com vírus inativo, de proteínas, baseada em versões atenuadas da influenza, com adenovírus e baseadas em ácido nucleico. A chinesa Coronavac, desenvolvida pela Sinovac Biotech, será testada em 9.000 pessoas no Brasil por meio de uma parceria com o Instituto Butantan. Essa opção foi criada com base no próprio vírus.
Segundo o relatório A Corrida pela Vida, produzido pela EXAME Research, unidade de análises de investimentos e pesquisas da EXAME, as pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina já contam com o financiamento de pelo menos 20 bilhões de dólares no mundo. Desse valor, 10 bilhões foram liberados por um programa do Congresso dos Estados Unidos. Mais de 136 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente.
Segundo o monitoramento em tempo real da universidade Johns Hopkins, 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus no mundo e 499.307
morreram, segundo o monitoramento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins. Os Estados Unidos são o epicentro da doença, com 2.510.337 doentes e mais de 125.539 mortes. Em segundo lugar no ranking está o Brasil, com 1.313.667 de infectados e 57.070 óbitos.