Ciência

Nova técnica de inteligência artificial ajuda a prever ataques cardíacos

A pesquisa feita por profissionais da saúde na Inglaterra aponta que imagens de exames, quando analisadas por inteligência artificial, são mais precisas

Inteligência artificial: novo estudo aponta técnica de AI automatizada para identificar tratamentos com mais precisão (Getty Images/Reprodução)

Inteligência artificial: novo estudo aponta técnica de AI automatizada para identificar tratamentos com mais precisão (Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 09h00.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2020 às 10h00.

São Paulo - A inteligência artificial irá moldar a inovação nos próximos anos em diversos setores, incluindo a medicina. Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram utilizar a técnica para medir, de forma rápida, o fluxo sanguíneo de pacientes. Com isso, ficará mais fácil para prever o risco de morte por problemas de saúde como doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC). Realizado pela instituição University College London (UCL) e pela unidade Barts Health NHS Trust, na Inglaterra, o estudo consiste em analisar imagens de exames de rotina com o uso de uma técnica automatiza de AI.

A motivação para a pesquisa foi encontrar uma nova e simples forma de medir o fluxo sanguíneo dos pacientes, dispensando quaisquer procedimentos invasivos.

Financiado pelo Brisith Hearth Foundation e publicado na revista Circulation, a pesquisa analisou mais de mil imagens de pacientes que foram atendidas nos hospitais St. Bartholomew e Royal Free Hospital e foram capazes de identificar, quase que imediatamente, o tipo de tratamento mais indicado para cada caso.

Uma das maiores dificuldades de analisar imagens de ressonância magnética cardiovascular (CMR), por exemplo, é traduzir as imagens com precisão. Com esse novo método, os cientistas conseguiram, pela primeira vez, entender as imagens sem grande dificuldade e foram capazes de prever ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e até morte, entre os quadros estudados.

James Moon, professor da UCL, comenta, em nota, que os algoritmos de inteligência artificial já são capazes de realizar feitos que os médicos, por si só, não conseguem: "A inteligência artificial está saindo dos laboratórios de informática e entrando no mundo real da saúde, realizando algumas tarefas melhores do que os médicos poderiam fazer sozinhos. Tentamos medir o fluxo sanguíneo manualmente antes, mas é tedioso e demorado, levando os médicos para longe de onde eles são mais necessários, com seus pacientes", disse Moon, no estudo.

Sobre a continuidade do estudo, o doutor Peter Kellman, dos Estados Unidos - que não estava diretamente envolvido na pesquisa -, acredita que a nova técnica automatizada é importante para demonstrar o poder da inteligência artificial no futuro da medicina: "O estudo demonstra o crescente potencial da tecnologia de imagem assistida por inteligência artificial para melhorar a detecção de doenças cardíacas e pode aproximar os médicos de uma abordagem de medicina de precisão para otimizar o atendimento ao paciente. Esperamos que essa abordagem de imagem possa salvar vidas no futuro", afirmou Kellman.

Com isso, será possível acelerar diagnósticos e prevenir doenças que envolvem o fluxo sanguíneo com mais facilidade, uma vez que o tempo de análise será reduzido. De maneira geral, o método mais ágil, quando efetivamente aplicado a pacientes, tem potencial para reduzir o número de mortes graças ao avanço da medicina e da tecnologia.

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