Ciência

Nova evidência aponta para existência de formas desconhecidas de matéria

Quando submetido a campo magnético, partícula se comporta de forma anômala do que é esperado pela física como a conhecemos, dizem cientistas

Acelerador de partículas LHC: se nova descoberta se confirmar, cientistas poderão aprimorar funcionamento de aceleradores de partículas (Fabrice Coffrini/AFP)

Acelerador de partículas LHC: se nova descoberta se confirmar, cientistas poderão aprimorar funcionamento de aceleradores de partículas (Fabrice Coffrini/AFP)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 7 de abril de 2021 às 12h48.

Uma subpartícula chamada de "muon" está desobedecendo as leis da física como pensávamos que as conhecíamos, disseram cientistas nesta quarta-feira, 7, em meio a evidências crescentes.

De acordo com pesquisadores, a melhor explicação seria de que o muon está reagindo e sendo influenciado por formas de matéria e energia ainda desconhecidas, mas que podem afetar nossa percepção da natureza e evolução do universo.

Os muons estão próximos do que conhecemos como elétrons, mas mais pesados, e foram submetidos a uma análise em um campo magnético pesado no Laboratório de Acelerador Nacional Fermi (Fermilab), nos EUA.

A medição, de acordo com cientistas, é anômala e bota em xeque os melhores modelos teóricos sobre partículas subatômicas, o que poderia apontar para a existência de fatores desconhecidos pela física.

Chamado de Muon g-2, o experimento foi conduzido com a participação de 200 físicos de 35 diferentes instituições e publicado em quatro diferenes renomadas revistas científicas.

A descoberta tem uma chance de 1 em 40.000 de ser um erro na análise (4.2 sigma, em notação estatística científica), abaixo do padrão-ouro de 5 sigma. Apesar disso, o experimento é complexo e mais dados podem surgir, corroborando a percepção inicial dos cientistas.

Se for confirmado, o anúncio pode apontar para novas maneiras de construir aceleradores de partículas, que se baseiam no Modelo Padrão de entendimento da física do universo. Isso abriria espaço para responder a questões como o que é a matéria negra, que cientistas estimam ocupar um quarto do universo.

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