Células de câncer (iStock/Thinkstock) (iStock/Thinkstock)
Lucas Agrela
Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 29 de dezembro de 2018 às 12h45.
São Paulo – Uma nova droga tem potencial de curar pacientes de um câncer cerebral agressivo: o glioblastoma. É o que indica uma pesquisa feita no Sheba Medical Center, em Israel, e publicada no periódico científico Fronties in Neurology.
A necessidade de pesquisa sobre a doença é a inexistência de cura e os resultados dos tratamentos atuais são limitados. O glioblastoma é o câncer primário mais mortal para o cérebro.
O que a ciência sabe sobre a doença é que a trombina, um fator de coagulação sanguínea que é secretado por células do tumor, e PAR1, um receptor ativado por protease (uma enzima que decompõe proteínas e peptídeos), são partes dos tumores em si e responsáveis pela progressão da doença. Chamada SIXAC, a droga composta por seis novos aminoácidos inibe a ativação do PAR1.
Por enquanto, a droga só foi testa em modelos do tumor em animais, mas se mostrou efetiva. Neles, ela desacelerou a progressão da doença, sua multiplicação e habilidade de penetrar no tecido cerebral. Em 10% dos animais, que tinham tumores malignos de alto grau, a droga prolongou suas vidas e chegou a curá-los da doença. Vale notar que o glioblastoma também pode afetar a coluna vertebral, mas a pesquisa foi feita com foco no tumor cerebral.
A expectativa dos pesquisadores é analisar os seus resultados em humanos o mais breve possível. A SIXAC seria implementada como um tratamento complementar à quimioterapia, com o objetivo de prolongar e dar mais qualidade de vida aos pacientes da doença. Ainda assim, apesar da promessa dos esforços dos pesquisadores, eles alertam que o sucesso da nova droga dependerá não só dos avanços científicos, mas também de financiamento.