Ciência

Nova cepa dos EUA pode ser resistente a anticorpos e mais grave em jovens

Variante BV-1 foi identificada no estado do Texas, nos Estados Unidos, em um estudante com sintomas leves; informações sobre suas características são com base em análise laboratorial, e não em casos reais

 (Michael Nagle/Bloomberg)

(Michael Nagle/Bloomberg)

LP

Laura Pancini

Publicado em 26 de abril de 2021 às 12h00.

Última atualização em 26 de abril de 2021 às 22h47.

Um grupo de pesquisadores do Texas, nos Estados Unidos, afirma ter detectado uma nova variante do coronavírus que mostra sinais de ser mais contagiosa, resistente a anticorpos e também levar a casos mais graves da doença em jovens.

Batizada de BV-1, a cepa foi encontrada em um exame de suspeita de infecção feito em um estudante jovem, que tinha sintomas leves de resfriado.

O jovem testou positivo tanto no dia 5 de março quanto no dia 25, o que pode indicar que a cepa causa uma infecção mais longa. Seus sintomas só foram "resolvidos" no dia 2 de abril e seu teste deu negativo uma semana depois.

“No momento, não sabemos o significado total dessa variante, mas ela tem uma combinação de mutações semelhante a outras variantes de interesse notificáveis ​​internacionalmente”, disse Ben Neuman, virologista-chefe da Texas A&M, universidade que está realizando as pesquisas. A cepa B.1.1.7 do Reino Unido, conhecida como "variante britânica" e que circula há meses nos EUA, pode estar relacionada com a BV-1.

“Esta variante [BV-1] combina marcadores genéticos separadamente associados com disseminação rápida, doença grave e alta resistência a anticorpos neutralizantes”, disse Neuman. Os cientistas da Texas A&M afirmam que, com base em experimentos em células de outros laboratórios, vários anticorpos neutralizantes não tiveram efeito no controle de outras variantes com marcadores genéticos semelhantes ao do BV-1.

Apesar de uma nova variante gerar preocupação, Neuman diz que nenhuma outra instância dela foi detectada até então e que o anúncio feito pela universidade é baseado "puramente na análise da sequência genética feita em laboratório", e não ao observar casos reais, por exemplo.

Por enquanto, apenas as variantes brasileira, sul-africana e britânica são consideradas como uma variante de preocupação (VOC) pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ainda não se sabe o significado total da BV-1, mas os cientistas do laboratório acreditam que ela “destaca uma necessidade importante de vigilância rigorosa e testes genômicos”, especialmente entre adultos e jovens assintomáticos ou com sintomas leves.

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