As algas podem colaborar para o aumento de fibras e nutrientes essenciais – que não costumam ser frequentes nas dietas ocidentais (Amr Alfiky/The New York Times)
Repórter de ESG
Publicado em 27 de julho de 2025 às 14h57.
As algas marinhas, comuns a culinárias de países insulares, agora são foco da ciência pela sua utilização em suplementos alimentares, petiscos, alimentação para a pecuária e a até na produção de bioplásticos.
De acordo com pesquisas da Universidade de Queensland, do Instituto Internacional de Análises aplicadas de sistemas e a Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth, aumentar o cultivo de algas marinhas com foco no uso comercial pode ajudar a reduzir a pressão sobre a agricultura, ajudando na crise global de alimentos.
As algas podem colaborar para o aumento de fibras e nutrientes essenciais – que não costumam ser frequentes nas dietas ocidentais, segundo estudo publicado na Science Direct. Essa cultura alimentar colabora para inflamações intestinais crônicas, desequilíbrios da flora intestinal e até mesmo disfunções do metabolismo.
As algas podem suprir essa demanda a partir da combinação de fibras como fucoidana, beta-glucana, alginato e celulose. Uma vez que passam pelas bactérias intestinais e são fermentadas, as fibras produzem lipídios de cadeia curta, que ajudam na sensibilidade à insulina, na sensação de saciedade e até mesmo no fortalecimento da imunidade.
Algumas empresas já utilizam dos benefícios gerados pelas algas marinhas na saúde humana. No Reino Unido, a Oceanium, companhia de biotecnologia, conta com uma dose de algas focada na melhoria das bactérias intestinais, assim reduzindo a presença de corpos nocivos ao organismo.
A empresa ainda participa de pesquisas em parceria com a Universidade de Wageningen que apontam para o uso das algas na prevenção de demência a partir da conexão entre intestino e cérebro.
Por não exigir uma cultura específica (nem terra, água doce ou fertilizantes), as algas exigem pouco esforço para o cultivo, além de ajuda na absorção de CO2 e nitrogênio.
Apesar dos benefícios, há barreiras para a sua implementação em larga escala, como a resistência de consumidores quanto ao sabor e textura das algas. Na infraestrutura, o processamento das algas ainda é incipiente no Ocidente, puxado pela falta de pesquisas sobre elas.
Para as empresas, refinar as algas para fórmulas já consumidas no dia a dia, como petiscos, sopas e até barrinhas de proteína, pode ajudar na aceitação dos consumidores, especialmente em receitas com sabor neutro.