Ciência

Nos EUA, apenas 0,01% contraiu coronavírus após vacinação, diz CDC

Após serem vacinados, cerca de 10.000 norte-americanos foram diagnosticados com a doença; quase 30% não teve sintomas

Grace Peterson, de 14 anos, vacinado na Geórgia. (Chris Aluka Berry/Reuters)

Grace Peterson, de 14 anos, vacinado na Geórgia. (Chris Aluka Berry/Reuters)

LP

Laura Pancini

Publicado em 25 de maio de 2021 às 15h43.

Última atualização em 25 de maio de 2021 às 15h43.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgou novo relatório nesta terça-feira, 25, no qual o órgão afirma que casos de coronavírus em pessoas já vacinadas são "muito raros" e principalmente devido a variantes. A taxa seria de cerca de 0,01%.

Até o final de abril, mais de 100 milhões de norte-americanos já estavam imunizados contra o coronavírus. Dados de ensaios clínicos na época indicaram que as vacinas, dependendo de qual imunizante, reduziriam o risco de contrair o vírus SARS-CoV-2 sintomático em cerca de 66% a 95%.

No novo relatório, o CDC indica que as estimativas estavam corretas. Cerca de 10.000 norte-americanos desenvolveram "infecções revolucionárias", ou seja, casos de covid-19 pelo menos duas semanas depois de serem totalmente vacinados. É uma taxa de 0,01%.

Dentre os 10.000, cerca de 27% dos casos confirmados foram assintomáticos, o que mostra o potencial dos imunizantes de prevenir casos sintomáticos da doença.

Outros 995 (10%) foram hospitalizados, mas o CDC ressalta que 289 dos pacientes foram por motivos não relacionados com a doença, mesmo estando infectados. Por último, cerca de 160 pessoas (2%) morreram, com idade média de 82 anos.

"Mesmo que as vacinas autorizadas pela FDA [análogo à Anvisa no Brasil] sejam altamente eficazes, casos inovadores são esperados, especialmente antes que a imunidade da população alcance níveis suficientes para diminuir ainda mais a transmissão", disse o relatório do CDC.

Variantes são responsáveis por casos emergentes

Outro fator importante do relatório é que a maioria das infecções emergentes nos Estados Unidos (64% em uma amostra de 555 voluntários) foram causadas pelas variantes de preocupação (VOC) designadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

As VOC são a B.1.351 (cepa sul-africana), B.1.1.7 (britânica) e P.1 (brasileira). Além delas, outras duas variantes descobertas na Califórnia, B.1.427 e B.1.429, também foram encontradas entre os casos confirmados. Não há informações sobre o impacto da variante indiana, que também é considerada uma VOC.

A cepa britânica representou a maioria das infecções emergentes (56%), enquanto a sul-africana representou o menor (4%). A brasileira foi logo acima da cepa da África do Sul, com 8%. Já as californianas, B.1.429 e B.1.427, representaram 25% e 8%, respectivamente.

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