Doces: roedores estudados comeram três vezes mais rações açucaradas que sob condições normais, enquanto reduziram a metade as gorduras ingeridas (Divulgação/Caroline Bittencourt/Divulgação)
AFP
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11h53.
Quem é o culpado pelo desejo de comer doces ou chocolate quando o estresse é grande? Uma equipe de pesquisadores japoneses identificou os neurônios responsáveis por essas tentações súbitas.
Com esta descoberta, cria-se uma esperança para avançar em investigações mais precisas para as pessoas que sofrem de excesso de peso.
Cientistas do Instituto Nacional de Ciências Fisiológicas, localizado na prefeitura de Aichi, descobriram que quando estimulavam em ratos os neurônios conhecidos por sua relação com estresse, seu desejo por carboidratos multiplicava.
Os roedores estudados comeram três vezes mais rações açucaradas que sob condições normais, enquanto reduziram a metade as gorduras ingeridas.
Este estudo, que será publicado na edição on-line da revista americana Cell Reports, é o primeiro a demonstrar o papel do cérebro nas preferências de carboidratos ou gorduras, explicou Yasuhiko Minokoshi, que liderou a pesquisa.
"Muitas pessoas que comem muito doces quando estão estressadas, muitas vezes pensam que é culpa própria porque não conseguem controlar seus impulsos", mas na realidade pode ser uma questão de neurônios, disse Minokoshi à AFP.
No entanto, o pesquisador foi prudente e enfatizou que ainda falta tempo para que esses conhecimentos permitam tratamentos específicos.
Uma simples supressão desses neurônios poderia ter efeitos colaterais, advertiu.
"Mas se encontrássemos uma molécula específica nos neurônios poderíamos visá-la para suprimir algumas de suas funções, isso ajudaria a reduzir o consumo excessivo de carboidratos".
Já a ativação desta molécula poderia ser útil para os pacientes que consomem muita gordura.