Ciência

Nave da Nasa coleta rochas de asteroide em pouso de menos de um minuto

Material coletado pode prover aos cientistas janela para o passado do universo. Missão foi a primeira desse tipo realizada pela Nasa.

Pouso no Bennu: Osiris Rex conseguiu com sucesso pousar e coletar amostras de asteroide (Nasa/Divulgação)

Pouso no Bennu: Osiris Rex conseguiu com sucesso pousar e coletar amostras de asteroide (Nasa/Divulgação)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 19h14.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 19h18.

Um trabalho da Nasa para descobrir mais sobre o universo teve seu clímax nesta terça-feira, 20. A espaçonave Osiris-Rex realizou um pouso momentâneo no Asteroide 101955 Bennu e retirou amostras de solo e rochas do asteoride para que possam ser analisadas na Terra. Essa é a primeira missão desse tipo realizada pela agência.

O desenvolvimento do Osiris-Rex começou em 2014 e ele foi lançado em 2016, abordo de um foguete Atlas V, no Cabo Canaveral, na Flórida. Desde então, a nave levou 26 meses para chegar até a órbita do Bennu, no final de 2018. A missão passou então dois anos orbitando o asteroide, esperando pelo melhor momento e analisando a melhor posição para realizar um pouso rápido.

A ação foi um movimento breve, que durou menos de um minuto, em que a nave apenas realizou um movimento chamado de TAG (touch and go) na superfície do asteroide, que tem cerca de 500m de diâmetro. O movimento todo levou 4 horas, tempo que o Bennu levou para fazer uma rotação completa, e aconteceu às 19h12, no horário de Brasília. O momento foi considerado histórico pela Nasa.

A Nasa estava preparada para eventuais problemas na missão, com um plano que permitia uma mudança repetina de rota, para que a Osiris-Rex pudesse tentar um pouso em outra data, caso a tentativa de hoje desse errado.

A agência espera que o Bennu seja uma janela para o passado do universo. O asteroide é o que é chamado de "pilha de detritos", o que significa que ele se formou em um momento do universo em que a gravidade forçou diferente partículas a ficarem juntas. Coletando amostras dele, a agência especial terá acesso a informações e rochas ricas em carbono de diferentes partes do universo.

Outro ponto interessante sobre o Bennu é que ele é um dos asteroides com maior potencial de atingir a Terra, rankeado em segundo pela Nasa — apesar disso, o risco ainda é baixíssimo, uma chande de 0,037% de isso acontecer, e apenas entre os anos de 2175 e 2196.

yt thumbnail

 

 

Acompanhe tudo sobre:AsteroidesEspaçoEspaçonavesNasa

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido