Ciência

Nasa enviará drone para a maior lua de Saturno em busca de vida

Missão Dragonfly, que será lançada em 2026, pousará em uma das luas de Saturno em 2034

Fotografia tirara pela sonda Cassini, da Nasa, ao se aproximar do planeta (Nasa/Divulgação)

Fotografia tirara pela sonda Cassini, da Nasa, ao se aproximar do planeta (Nasa/Divulgação)

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AFP

Publicado em 28 de junho de 2019 às 10h00.

A Nasa anunciou nesta quinta-feira (27) que planeja enviar um robô similar a um quadricóptero teleguiado para Titã, a maior lua de Saturno, em busca dos componentes básicos da vida.

A missão Dragonfly, que será lançada em 2026 e pousará no satélite em 2034, enviará um drone para voar a dezenas de lugares através desta lua gelada, que é vista pelos cientistas como um equivalente da Terra em uma época muito remota.

Trata-se do único corpo celeste além do nosso planeta onde se sabe existir na superfície rios, lagos e mares líquidos, embora estes contenham hidrocarbonetos como metano e etano ao invés de água.

"Visitar este misterioso mundo oceânico poderia revolucionar o que sabemos sobre a vida no universo", disse o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.

"Esta missão de vanguarda teria sido impensável há alguns anos, mas agora estamos prontos para o incrível voo da Dragonfly", acrescentou.

A Nasa disse que o veículo terá oito rotores e voará como um grande avião não tripulado.

"Durante sua missão base de 2,7 anos, Dragonfly explorará diversos entornos, de dunas orgânicas até o solo de uma cratera de impacto onde a água líquida e materiais orgânicos complexos-chave para a vida alguma vez estiveram juntos durante, possivelmente, dezenas de milhares de anos", disse a Nasa em uma declaração.

"Seus instrumentos estudarão até onde pode ter avançado a química pré-biótica. Também vão investigar as propriedades atmosféricas e da superfície da lua e suas reservas subterrâneas de oceanos elíquidos".

"Além disso, os instrumentos vão buscar evidências químicas de vidas passadas ou existentes".

A nave pousará primeiro na duna equatorial "Shangri-La", explorando a região em viagens curtas antes de acumular voos de 8 km.

Vai parar em áreas importantes para coletar amostras antes de chegar finalmente na cratera de impacto Selk, onde há evidências de água líquida anterior, materiais orgânicos e energia.

A expectativa é que a aeronave voe mais de 175 km.

A atmosfera de Titã é composta principalmente de nitrogênio, assim como a da Terra, mas é quatro vezes mais densa. Suas nuvens e chuvas são de metano.

A segunda maior lua do Sistema Solar tem uma espessa camada de gelo, debaixo da qual se encontra um oceano composto principalmente de água.

Este oceano subterrâneo poderia abrigar a vida tal como a conhecemos, enquanto os lagos e mares de hidrocarbonetos na superfície poderiam conter formas de vida que dependem de diferentes compostos químicos ou carecer de vida.

Titã está a 1,4 bilhão de quilômetros do sol, com temperaturas superficiais de -179 graus Celsius e uma pressão superficial aproximadamente 50% mais alta que a da Terra.

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