Ciência

NASA e ESA trabalharão juntas para trazer mostras de Marte à Terra

Acordo assinado pelas agências norte-americana e europeia garantirá materiais de pesquisa a partir de missões ao planeta em 2020 e 2021

Marte: NASA e a ESA já haviam assinado em 2009 um acordo para colaborar na exploração do planta, mas projeto foi cancelado em 2011 (Nasa/Divulgação)

Marte: NASA e a ESA já haviam assinado em 2009 um acordo para colaborar na exploração do planta, mas projeto foi cancelado em 2011 (Nasa/Divulgação)

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EFE

Publicado em 26 de abril de 2018 às 15h32.

A NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) se coordenarão em diferentes missões a Marte para tentar trazer à Terra mostras da superfície do planeta vermelho, segundo um acordo assinado por ambas as agências nesta quinta-feira em Berlim.

Com a parceria, as duas missões já previstas para Marte da NASA (Mars Rover, em 2020) e da ESA (ExoMars Rover, em 2021), recolheriam mostras que posteriormente seriam carregadas em um pequeno foguete lançado para se encontrar na órbita do planeta com uma nave enviada da Terra, em uma data a definir.

Um lançamento de Marte que nunca antes foi feito, como destaca um comunicado da ESA, que explica que a nave enviada da Terra orbitaria Marte até poder coletar as mostras transportadas pelo foguete.

A nave então retornaria aos Estados Unidos, onde o material procedente do planeta vermelho ficaria em quarentena antes de ser analisado por uma equipe de cientistas internacionais.

Representantes de ambas as agências assinaram hoje uma declaração de intenções na ILA, uma importante feira do setor aeronáutico realizada em Berlim paralelamente a uma conferência sobre os objetivos e possibilidades de uma eventual missão de Retorno de Mostras de Marte (MSR), uma iniciativa que pode fornecer informações fundamentais sobre o planeta vermelho.

"Reconstruir a história de Marte e responder a perguntas sobre o seu passado são só duas das áreas de descobertas que avançariam de forma extraordinária com uma missão assim", destacou o diretor de Exploração Humana e Robótica da ESA, David Parker, em comunicado.

Por sua vez, o administrador associado da missão científica da NASA, Thomas Zurbuchen, afirmou que é possível imaginar "muitos cenários" nos quais as mostras serão "críticas" para a forma de exploração humana e qualificou a aposta como um primeiro passo para a exploração do planeta vizinho.

Segundo os cientistas, após a análise de meteoritos marcianos e de várias missões a Marte, a evolução lógica é uma operação que recolha mostras do planeta e as envie à Terra.

Estes materiais poderiam ser estudados na Terra com uma série de instrumentos que, por conta do seu grande tamanho e do seu elevado consumo energético, é tecnicamente complexo enviar a um planeta a 55 milhões de quilômetros.

Os resultados dos estudos de todo este projeto serão apresentados no conselho ministerial da ESA de 2019 para decidir o desenvolvimento posterior das missões.

A NASA e a ESA assinaram em 2009 um acordo para colaborar na exploração de Marte - que incluía a recuperação de mostras na próxima década - mas o projeto foi cancelado em 2011 pela agência americana após um ajuste orçamentário.

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