Marte: robô que será enviado ao planeta tem monitor de terremotos e um "torpedo", que irá penetrar na superfície (NASA/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de março de 2018 às 22h12.
Faltando um pouco mais de 30 dias para o lançamento, a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) trabalha nos últimos ajustes da missão Insight, que tentará explorar o interior de Marte para conhecer mais sobre o planeta vermelho e da origem da própria Terra.
"O objetivo é conhecer mais sobre o nascimento da Terra, fazendo isso a partir de Marte, a partir de isso soar estranho", explicou em entrevista Bruce Banerdt, principal pesquisador da missão, que usará um veículo robótico que deve entrar em órbita em 5 de maio.
O especialista explicou que conhecer o núcleo de Marte permitirá conhecer detalhes sobre a evolução do planeta e suas camadas. As informações serão usadas para compreender a formação da Terra.
O robô que será enviado à Marte tem um monitor de terremotos e um pequeno "torpedo", que irá penetrar na superfície até atingir cinco metros de profundidade. Assim, pela primeira vez, será possível medir a temperatura interna da superfície marciana.
A Insight combinará informações sobre os fluxos de calor com outros dados obtidos in loco para revelar como a energia provoca determinadas mudanças na superfície do planeta.
Marte não é um destino fácil para as missões espaciais, já que apenas 40% das lançadas tiveram sucesso. A Insight não escapou dos contratempos, que atrasaram o lançamento de 2016 para maio de 2018.
A explicação, segundo a Nasa, é a distância. A agência preferiu esperar o momento no qual os dois planetas se alinhariam de novo. Como Marte está mais longe do Sol que a Terra, seu movimento orbital é mais longo. Por isso, o alinhamento ocorre a cada 26 meses.
O lançamento está marcado para o dia 5 de maio, mas a Nasa tem até o dia 8 de julho para realizá-lo se as condições não estiverem perfeitas na data inicialmente prevista.
A missão, que durará quase dois anos e percorrerá 485 milhões de quilômetros até Marte, é financiada e coordenada pelos EUA, mas outros países participam do projeto, como Alemanha e França.