Ciência

Não há provas de que a ivermectina funcione contra covid-19, diz fabricante

O medicamento é um vermífugo aprovado para combate a parasites, mas farmacêutica aponta falta de evidências da eficácia contra o novo coronavírus

Vendas de remédios começa a se normalizar em algumas categorias com a volta das consultas (Stock.xchng/forwardcom/Reprodução)

Vendas de remédios começa a se normalizar em algumas categorias com a volta das consultas (Stock.xchng/forwardcom/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 5 de fevereiro de 2021 às 09h47.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2021 às 09h49.

Não há evidência científica sobre a eficácia da ivermectina contra a covid-19, de acordo com a farmacêutica Merck, chamada MSD no Brasil. A companhia emitiu comunicado sobre o tema nesta semana, alinhado com os resultados de um estudo divulgado em janeiro sobre a falta de relevância estatística do remédio no combate à infecção pelo novo coronavírus – ainda que a droga cause uma redução de carga viral. A ivermectina é um vermífugo que ajuda a combater parasitas no corpo humano.

A farmacêutica ressaltou que pesquisadores de todo o mundo seguem na missão de estudar e encontrar medicamentos que sejam eficazes no tratamento da covid-19, o que ajudaria a reduzir mortes ou internações e seria uma estratégia paralela às vacinas no combate à pandemia.

A empresa apontou, também, que há uma falta preocupante de dados de segurança nos estudos científicos já publicados sobre o uso da ivermectina por pacientes com a covid-19.

“Não acreditamos que os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora”, diz a Merck, em nota.

Segundo o comunicado, a ivermectina:

  • Não tem nenhuma base científica para um efeito terapêutico potencial contra covid-19 em estudos pré-clínicos;
  • Neão tem nnhuma evidência significativa para atividade clínica ou eficácia clínica em pacientes com doença covid-19;
  • Tem uma preocupante falta de dados de segurança na maioria dos estudos sobre o uso do medicamento em pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Vale notar que a americana Regeron, cujo medicamento foi apontado pelo ex-presidente Donald Trump como a causa da sua melhora rápida da covid-19 em outubro do ano passado, divulga hoje seu balanço do último trimestre de 2020.

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