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Mulheres que amamentam estão mais protegidas contra Alzheimer, diz estudo

O aleitamento impacta positivamente no desempenho cognitivo após a menopausa – e quanto mais ele durar melhor

 (Amanda Caroline da Silva/Getty Images)

(Amanda Caroline da Silva/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 08h40.

Última atualização em 10 de novembro de 2021 às 08h41.

Um novo estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA), publicado na revista científica Evolution, Medicine and Public Health, descobriu que mulheres com idade acima de 50 anos que amamentaram têm menos risco de desenvolver problemas cognitivos, incluindo a doença de Alzheimer.

Segundo o trabalho, o ato de amamentar tem impacto positivo no desempenho cerebral das mulheres na pós-menopausa. Os cientistas afirmam ainda que um tempo maior de aleitamento também significou resultados melhores.

Entre os motivos, os pesquisadores citam que a amamentação ajuda a regular o estresse, promove o vínculo com o bebê e diminui o risco de depressão pós-parto, fatores sabidamente de risco para danos neurocognitivos.

Além disso, eles afirmam que existe uma correlação positiva entre o aleitamento e um menor risco de doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, e apontam que essas condições estão fortemente ligadas a um maior risco de Alzheimer.

A saúde cognitiva compreende a capacidade em exercer diversas atividades relacionadas, por exemplo, à atenção, percepção, memória e linguagem. Uma das principais consequências do prejuízo após os 50 anos é que pode ser um forte indicador de doenças neurológicas que causam demência.

Para entender os impactos do aleitamento na saúde cognitiva das mulheres, os pesquisadores da UCLA analisaram dados de dois ensaios clínicos realizados pela instituição que tiveram a participação de 115 mulheres. Elas foram divididas em dois grupos, um com 64 mulheres que relataram estar deprimidas e outro com 51 que afirmaram não sofrerem com sintomas de depressão.

Todas elas completaram uma série de testes psicológicos que mediam aprendizagem, memória atrasada, funcionamento executivo e velocidade de processamento. Além disso, as participantes responderam um questionário que incluía questões sobre a idade de início da menstruação, número de gestações completas e incompletas, tempo de aleitamento materno para cada filho e a idade da menopausa.

As informações coletadas mostraram que 65% das mulheres não deprimidas relataram ter amamentado, enquanto esse percentual foi de 44% entre aquelas com sintomas de depressão. Já em relação à gravidez completa, todas do grupo de mulheres não deprimidas contaram ter ao menos um filho, enquanto esse índice foi de 57,8% no segundo grupo.

Em relação aos testes cognitivos, em ambos os grupos aquelas que amamentaram tiveram melhores resultados. Quando somado todo o tempo que uma mulher passou amamentando em sua vida, aquelas que amamentaram por mais de 12 meses tiveram um desempenho significativamente mais alto em todos os quatro quesitos que aquelas que não amamentaram.

Quando a comparação foi em relação às mulheres cujo aleitamento durou de 1 a 12 meses, o desempenho foi maior em apenas três dos quatro testes.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que as taxas globais de aleitamento materno estão baixas, com apenas 41% dos bebês com menos de seis meses de idade sendo exclusivamente amamentados, que é o recomendado. Além disso, apesar de 70% das mulheres amamentarem por pelo menos um ano, esse percentual cai para 45% aos dois anos de idade.

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