Cachorrinho: stress pela morte dos companheiros pode ter consequências físicas (foto/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de outubro de 2017 às 12h43.
Quem já perdeu um pet sabe o quão grande pode ser o sofrimento com a morte de um companheiro animal. Muitas pessoas passam mal ou até mesmo entram em depressão por conta disso.
Joane Simpson, uma norte-americana que vive no Texas, quase levou a morte da sua cachorra, Meha, às últimas consequências: foi comprovado por exames que ela teve uma espécie de ataque cardíaco por conta do que foi chamado até mesmo pelos médicos de "coração partido".
A miocardiopatia de takotsubo é um tipo de ataque cardíaco agudo que pode se manifestar em momentos de alta carga hormonal decorrente de estresse e que tem os mesmos sintomas de um ataque cardíaco clássico.
Em entrevista para o jornal The Washington Post, Joane disse que estava passando por um momento difícil na sua vida pessoal e que a morte do seu pet foi a gota d'água.
"Eu estava inconsolável, foi realmente muito ruim", disse. "A Meha morreu de uma forma horrível e isso me desestabilizou completamente", continuou. A cadela de Joane estava com problemas cardíacos e a dona desistiu de sacrificá-la quando Meha teve uma súbita melhora, mas morreu no dia seguinte.
Alguns dias depois, Joane acordou com uma enorme dor no peito, sinal clássico de ataque cardíaco, e foi levada de helicóptero para um hospital em Houston.
Os médicos iniciaram todos os procedimentos para fazer um cateterismo, o desbloqueio de uma artéria entupida e que causa o ataque cardíaco, mas não detectaram nenhum bloqueio.
"A artéria dela estava completamente limpa", disse o cardiologista Abhijeet Dhoble, que cuidou de Joane. Após exames, os médicos descobriram que se tratava de um caso de miocardiopatia de takotsubo e explicaram para Joane do que se tratava.
"Fez muito sentido por conta de tudo o que eu estava passando", falou. "Por um lado é bom que meu coração esteja inteiro, mas por outro é bem triste que minha vida tenha se desenrolado de tal jeito que eu tive esse episódio", finalizou. Após alguns dias internada, Joane foi liberada para voltar para casa e passa bem.
O caso dela foi publicado em uma revista especializada como um dos casos mais claros de uma pessoa que sofreu por conta de um "coração partido".