Profissionais da saúde fazem protestos contra o Mais Médicos em Brasília (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2013 às 23h35.
Brasília - A Associação Médica Brasileira (AMB) diz que abrir mão do segundo ciclo - dois anos a mais na graduação de medicina propostos pelo Programa Mais Médicos - mostra "o grau de improvisação do governo". A AMB voltou a criticar o programa hoje (31) após o governo apresentar uma proposta que mantém o curso de medicina com seis anos e torna obrigatória a residência médica no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2018.
Segundo o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), José Bonamigo, as entidades médicas - Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional de Medicina (Fenam) e Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) - decidiram em reunião em São Paulo que não dialogarão com o governo até que a Medida Provisória (MP) 621/2013, que cria o programa, seja derrubada no Congresso Nacional. As entidades reúnem-se novamente amanhã (31) em Brasília.
"Não há condições para ampliar nem a residência médica [para atender a todos os formandos - hoje apenas 50% conseguem vaga], nem as faculdades de medicina na velocidade que o governo quer", diz Bonamigo.
Na outra ponta, a do ensino, as instituições de ensino particulares receberam a notícia da residência com otimismo, com isso, o curso continua com seis anos. Segundo o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, a residência obrigatória no SUS é positiva "desde que seja proporcionado o ambiente adequado para a prática", diz o assessor do fórum, Solon Caldas.
Caldas critica, no entanto, a obrigatoriedade. "A residência no SUS deve ser opção do aluno". De acordo com o assessor, a maioria dos alunos busca uma especialização, mas nem sempre no SUS.