SpaceX successfully launched the latest test flight (5th) of Starship. (SpaceX / Handout/Anadolu via Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 13h40.
O ano de 2024 marcou importantes avanços na exploração espacial, com missões voltadas para a Lua, Marte, Mercúrio e outros destinos do sistema solar.
Agências governamentais testemunharam o avanço exponencial das empresas privadas na indústria e desenvolveram parcerias para projetos científicos cada vez mais ambiciosos, ampliando os limites do conhecimento humano sobre o espaço sideral.
Em 2024, diversas missões colocaram a Lua no centro da nova corrida espacial, que consta com atores diferentes da antiga rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética. O Japão enviou seu módulo SLIM (Smart Lander for Investigating the Moon), que pousou na borda de uma cratera lunar em janeiro. Previsto para operar por apenas duas semanas, o módulo superou as expectativas ao transmitir dados por três meses.
Em fevereiro, a espaçonave Odysseus, da Intuitive Machines, com sede em Houston, completou uma missão de seis dias perto do polo sul lunar, apesar de quase ter tombado e ter parado em uma posição desequilibrada.
A China, maior concorrente dos EUA pela nova conquista lunar, lançou a missão Chang’e 6 em junho, que trouxe amostras inéditas de solo do lado oculto da Lua. As análises iniciais sugeriram que a região foi vulcanicamente ativa há aproximadamente 2,8 bilhões de anos.
O rover Perseverance, da Nasa, encontrou evidências de possível vida microbiana antiga em julho, ao analisar uma rocha com assinaturas químicas intrigantes. Essa descoberta reforçou a importância do projeto Mars Sample Return, que enfrenta incertezas orçamentárias.
Paralelamente, o helicóptero Ingenuity, em operação desde 2021, encerrou suas atividades em janeiro após completar 72 voos históricos. A agência americana ainda completou a primeira investigação de acidente aéreo interplanetário, ao analisar os dados dos últimos momentos de voo do helicóptero. Cientistas descobriram que o equipamento não conseguiu distinguir a textura do solo onde deveria pousar na superfície marciana.
Liderados pelos bilionários Elon Musk e Jeff Bezos, a indústria aeroespacial virou de cabeça para baixo com a entrada de atores que pretendem baratear o acesso ao espaço apostando em reusabilidade.
A SpaceX, de Musk, no quinto voo de teste do mega foguete Starship conseguiu fazer uma manobra inédita de "captura" do propulsor da espaçonave após seu retorno ao planeta. Após lançar a nave ao espaço, o propulsor Super Heavy retornou ao local de lançamento e desacelerou ao se aproximar para a aterrissagem em dois "braços" que se projetavam da torre de lançamento.
Já a Blue Origin, de Bezos, se prepara para lançar — com quase cinco anos de atraso — o primeiro foguete de classe orbital construído pela empresa. Com quase 100 metros de altura, o New Glenn já nasce pensado para ser reutilizado. Assim como o Falcon 9, da SpaceX, único foguete parcialmente reutilizável, o primeiro estágio do New Glenn será capaz de pousar em uma balsa no meio do oceano após lançar o segundo estágio para órbita.
Entre os sucessos das empresas privadas no quesito exploração espacial, o destaque fica com a missão Polaris Dawn, realizada em setembro pela SpaceX. O projeto, bancado pelo bilionário Jared Isaacman, — indicado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para comandar a Nasa — incluiu a primeira caminhada espacial de civis. Durante a missão, a astronauta Sarah Gillis tocou violino a bordo da espaçonave e a tripulação ainda fez testes de acesso à internet via satélite no espaço.
Por outro lado, a Starliner, da Boeing, enfrentou problemas técnicos que atrasaram o retorno dos astronautas da Nasa, Sunita Williams e Butch Wilmore. Com uma missão inicialmente planejada para durar apenas oito dias, os astronautas passarão cerca de nove meses na Estação Espacial Internacional após a cápsula apresentar falhas no sistema de propulsão e vazamentos de hélio.
A missão BepiColombo, uma colaboração entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a JAXA, do Japão, capturou imagens inéditas do polo sul de Mercúrio durante um sobrevoo em setembro. Já em outubro, a Nasa lançou a sonda Europa Clipper para investigar a lua Europa, de Júpiter, conhecida por seu oceano subsuperficial e por ter as maiores chances de abrigar condições de vida. A espaçonave deve chegar ao destino em 2030 e realizar cerca de 50 sobrevoos.