Ciência

Missão Juice: sonda científica europeia decola com sucesso a caminho de Júpiter

O foguete decolou do centro espacial europeu em Kourou, na Guiana Francesa, às 12h14 GMT (09h14 no horário de Brasília), 24 horas depois de seu lançamento ter sido adiado devido ao risco de tempestades

O foguete Ariane 5 carregando a sonda European Juice na plataforma de lançamento do centro espacial Kourou, na Guiana Francesa, em 13 de abril de 2023

 (AFP/AFP)

O foguete Ariane 5 carregando a sonda European Juice na plataforma de lançamento do centro espacial Kourou, na Guiana Francesa, em 13 de abril de 2023 (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2023 às 13h38.

A sonda espacial europeia Juice foi lançada com sucesso nesta sexta-feira, 14, a bordo de um foguete Ariane 5, rumo a Júpiter e às suas luas geladas com a missão de procurar ambientes favoráveis a formas de vida extraterrestre. 

O foguete decolou do centro espacial europeu em Kourou, na Guiana Francesa, às 12h14 GMT (09h14 no horário de Brasília), 24 horas depois de seu lançamento ter sido adiado devido ao risco de tempestades.

A sonda se separou do foguete de lançamento, conforme planejado, 27 minutos após a decolagem, a uma altitude de cerca de 1.500 quilômetros.

A missão de Ariane 5 "é um sucesso", declarou o presidente da Arianespace, Stéphane Israël.

Assim começou a viagem de oito anos para Juice, acrônimo em inglês para Explorador das Luas Geladas de Júpiter, uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA).

O lançamento, que estava previsto para quinta-feira, foi adiado devido ao risco de raios, poucos minutos antes da contagem regressiva final.

Ao contrário dos lançamentos clássicos que têm uma certa margem para decolar, a janela de lançamento da sonda Juice é de apenas de um segundo devido à órbita específica que deve atingir.

"É a sonda mais complexa já enviada a Júpiter", disse o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, na sala de controle Júpiter no Centro Espacial da Guiana.

"É uma missão extraordinária que mostra tudo o que a Europa é capaz" de fazer, disse Philippe Baptiste, presidente do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França.

A sonda, que deve chegar ao seu destino final em 2031, irá buscar condições propícias ao aparecimento de outras formas de vida nas luas de Júpiter.

A viagem se anuncia sinuosa, já que a sonda terá que realizar complexas manobras de assistência gravitacional, que consistem em utilizar a força de atração dos outros planetas como uma catapulta. 

Assim, realizará inicialmente um sobrevoo Lua-Terra, depois irá em direção a Vênus (2025), voltará à Terra (2029), antes de tomar seu impulso em direção ao maior planeta do sistema solar e às suas quatro maiores luas, descobertas por Galileu há 400 anos: a vulcânica Io e suas três companheiras de gelo Europa, Ganímedes e Calisto.

Embora Júpiter seja inabitável, seus satélites são candidatos ideais: sob suas superfícies de gelo, há oceanos com água em estado líquido e apenas em água nesse estado é possível o surgimento de vida como conhecemos.

A sonda deve chegar à órbita de Ganímedes, seu principal alvo, em 2034. Maior lua do Sistema Solar, ela é a única que possui um campo magnético que a protege das radiações. Lá, a Juice irá analisar a composição de seu oceano, para verificar se um ecossistema poderia ser desenvolvido nele.

Construída pela Airbus, ela leva dez equipamentos específicos como câmera ótica, espectrômetro, radar e magnetômetro e está equipada com imensos painéis solares de 85m², para conservar a potência em um ambiente onde a luz do sol é 25 vezes menor do que na Terra.

Com um custo total de 1,6 bilhão de euros (cerca de 1,7 bilhão de dólares, 8,7 bilhões de reais), Juice é a primeira missão europeia a explorar um planeta no sistema solar externo, que se inicia depois de Marte.

Acompanhe tudo sobre:EspaçoEspaçonaves

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido