( Alistair Berg/Getty Images)
Repórter
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 15h36.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 16h03.
Uma equipe internacional de biólogos da China, Estados Unidos e Singapura descobriu que microplásticos ingeridos por pequenos mamíferos podem alcançar seus cérebros em questão de horas. O estudo foi realizado com ratos de laboratório e publicado recentemente na revista Science Advances.
Pesquisas anteriores já demonstraram que microplásticos estão presentes em quase todos os organismos vivos do planeta. Embora os efeitos desse consumo ainda não sejam totalmente compreendidos, especialistas acreditam que danos potenciais são bastante prováveis.
No experimento, os cientistas ofereceram água com micro e nanoplásticos fluorescentes aos camundongos para rastrear o destino dessas partículas em seus corpos. Como já era conhecido que os plásticos transitam do sistema digestivo para a corrente sanguínea, os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada "microscopia de dois fótons" para visualizar as partículas nas veias dos animais.
Os pesquisadores também instalaram pequenas janelas nos crânios dos camundongos para investigar a possível chegada dos fragmentos ao cérebro.
Os dados mostraram que os plásticos se acumulavam de forma semelhante a engarrafamentos de trânsito. Ao analisar mais de perto essas áreas, os cientistas notaram que as partículas eram capturadas por células imunológicas, o que agravava os bloqueios.
Preocupados com possíveis efeitos cognitivos, os pesquisadores testaram os camundongos e observaram perda de memória, redução nas habilidades motoras e menor resistência física.
Embora existam diferenças anatômicas significativas entre ratos e humanos, os resultados trazem novos indícios sobre os impactos dos microplásticos em mamíferos. A equipe reforça a necessidade de mais estudos, especialmente voltados para os efeitos dessa exposição em seres humanos.