Ciência

Metade das espécies animais pode sumir até o final do século

Buscamos vida em outros planetas enquanto aqui na Terra ela é dizimada bem debaixo do nosso nariz

 (Peter Ginter/Thinkstock)

(Peter Ginter/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 4 de março de 2017 às 07h39.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 11h06.

São Paulo - É curioso observar o fascínio que a possibilidade de encontrar vida fora da Terra exerce sobre a espécie humana e se dar conta, ao mesmo tempo, que as incontáveis e variadas formas de vida do nosso Planeta estão sob ameaça. Muito pouco se sabe sobre as riquezas da fauna e flora mundiais e menos ainda se faz para conhecê-las e preservá-las.

Atualmente, uma em cada cinco espécies corre risco de extinção e, no final do século, metade de todas as espécies animais poderá sumir, a menos que um grande esforço global seja feito para salvá-las, alerta um novo relatório. Isso significa combater as mudanças climáticas e controlar o avanço da população sobre os habitats naturais.

Dessa visão compartilham cientistas, ecologistas, acadêmicos e até líderes católicos, muitos dos quais se reuniram no Vaticano nesta semana na Conferência de Extinção Biológica, que discutiu a questão "Como salvar o mundo natural do qual dependemos".

"O tecido vivo do mundo está escorregando por entre os nossos dedos", diz o relatório divulgado pela Pontifica Academia de Ciências, por ocasião da conferência.

"Nosso desejo de consumo cresce mais rapidamente do que nossa população, e a Terra não pode sustentar tudo isso. Nada menos do que um reordenamento de nossas prioridades com base em uma revolução moral poderá manter o mundo da forma como o conhecemos hoje", destaca o documento.

O relatório atribui a redução das espécies principalmente às atividades humanas, que têm afetado os ecossistemas há centenas de anos. A queima de combustíveis fósseis, o desmatamento de florestas para o agronegócio, a construção de cidades em áreas sensíveis, o despejo de resíduos no oceano e a caça excessiva, todas essas atividades tornam a Terra mais hostil aos animais e os empurram para a extinção.

Baseando-se em artigos científicos, o relatório destaca que as populações humanas começaram a crescer rapidamente e superaram a capacidade de muitos sistemas naturais através de um cultivo agrícola e "pastoreio" na maioria das vezes insustentáveis.

O Papa Francisco fez das questões ecológicas uma das principais preocupações da Igreja Católica. A histórica encíclica de 2015, chamada Laudato Si, insta todos os fiéis (cerca de 1,2 bilhão de católicos no mundo) e todas as outras pessoas a protegerem o meio ambiente e combater as mudanças climáticas, a escassez de água e de alimentos e a poluição tóxica.

Acompanhe tudo sobre:AnimaisAnimais em extinçãoBiodiversidadeEspéciesMeio ambienteMudanças climáticasPlaneta Terra

Mais de Ciência

Por que esta cidade ficará sem sol até janeiro

Astrônomos tiram foto inédita de estrela fora da Via Láctea

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda