Ciência

Mesmo com sintomas leves, crianças ainda podem transmitir covid-19

Pesquisa feita por cientistas chineses aponta que, em crianças e bebês, coronavírus pode ser confundido com resfriado comum

Coronavírus: crianças e bebês apresentam sintomas leves, de acordo com pesquisa (D3sign/Getty Images/Reprodução)

Coronavírus: crianças e bebês apresentam sintomas leves, de acordo com pesquisa (D3sign/Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 18 de março de 2020 às 14h00.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 17h53.

As crianças e os bebês estão fora do grupo de risco, mas aqueles que forem infectados pelo novo coronavírus podem transmitir o vírus, ainda que apresentem sintomas leves que lembram os de um resfriado tradicional. Em uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, pesquisadores chineses indicam que as pessoas mais novas podem causar, sem querer, uma maior disseminação do covid-19.

No caso dos adultos, pesquisas anteriores reportaram que os sintomas principais incluem febre, tosse e dores musculares; mas estudos sobre como o vírus afeta crianças ainda não haviam sido muito explorados. Visto isso, cientistas chineses reuniram um grupo de 745 crianças e mais de 3.000 adultos, que foram considerados casos supeitos, para comparar as principais diferenças.

Entre as crianças, apenas 1,3% teve o diagnóstico positivo para covid-19, enquanto 3,5% dos adultos foram confirmados com o vírus. No caso das crianças infectadas, apenas dez delas — entre 2 meses e 15 anos de idade — foram internadas em hospitais; nenhuma apresentou temperatura corporal maior do que 39 graus Celsius, e os sintomas relatados foram dor de garganta, tosse, congestão nasal e diarreia.

Além disso, uma das crianças não apresentou sintoma algum. Em comentário conjunto no estudo, pesquisadores relataram que nenhuma das crianças apresentou sinais clínicos de covid-19 ou pneumonia: “Comparados aos pacientes adultos, os dez pacientes pediátricos relatados aqui apresentaram sintomas clinicamente mais leves e mostraram menos alterações nos parâmetros de testes radiológicos e laboratoriais. Por exemplo, nenhum dos dez pacientes mostrou sinais clínicos claros ou achados radiológicos no tórax compatíveis com pneumonia, uma característica típica observada nos pacientes adultos iniciais", disseram os autores. 

Todos os pacientes, incluindo crianças e adultos, foram induzidos a terapia antirretroviral e foram curados do vírus. Os pesquisadores adicionaram que os pacientes mais jovens ainda podem ter resquícios do vírus mesmo após o desaparecimento dos sintomas, o que implica que o diagnóstico de crianças pode ser mais complicado e, talvez, necessite de métodos alternativos — que ainda estão sendo estudados.

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