Uma das vacinas chinesas se mostra segura e capaz de estimular a produção de anticorpos, segundo publicação especializada (Tang Ming Tung/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2020 às 07h23.
Um seleto grupo de médicos, cientistas e especialistas vai discutir, nesta quinta-feira, o reta final das pesquisas por uma vacina contra o novo coronavírus. A megalive é organizada pela Academia Nacional de Ciências e pela Academia Brasileira de Medicina e terá como tema "Vacinas e covid-19 -- Qual, quando, como em quem? Medicina, mercado, política e sociedade".
Entre as estrelas do evento, que começa às 14h e será retransmitido pela EXAME Academy, estão: dra. Mariângela (Organização Mundial da Saúde), dra. Carla Domingues (epidemiologista), José Carlos Felner (presidente da GSK), dra. Lily Yin Weckx (Unifesp), dra. Maria Bernardini (diretora médica da AstraZeneca), dr. Esper Kallás (USP), dr. Jorge Augusto Callado Afonso (presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná), Antonio Brito (ex-governador do Rio Grande do Sul), Carlos Del Rio (secretário de relações exteriores da National Academy of Medicine, Estados Unidos).
Segundo Rubens Belfort, presidente da Academia Nacional de Medicina, o evento vai tratar dos muitos pontos ainda em aberto na corrida pela vacina. "Niguém sabe quando, provavelmente a partir de dezembro. Mas quantas doses serã necessárias para imunizar? E qual será a vacina? E a que preço? Diferentes estados vão usar diferentes vacinas? Quem regula?", questiona Belfort.
Segundo ele, o Brasil tem larga experiência em programas de vacinação em massa e na teoria está mais preparado para a missão até que países como os Estados Unidos. Mas sobram dúvidas sobre a distribuição interna no país, e também sobre a equidade da distribuição das vacinas entre os países mais ricos e os mais pobres.
"Fora da comunidade científica há muita informação perigosa circulando contra a vacina. Vamos ter que informar e educar a população", afirma.
Segundo Belfort, a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Nacional de Medicina vão produzir um documento sobre os diferentes aspectos a serem discutidos no evento, a exemplo do que foi feito nos Estados Unidos. Informação é mais importante do que nunca num momento em que a pandemia parece estar em curva descendente no Brasil, mas ainda causando centenas de mortes todos os dias.