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Médico será investigado por superdosagem de antibiótico

Caso em que profissional argentino do Mais Médico indica a dosagem de um antibiótico três vezes superior à usual ganhou as redes sociais


	Mais Médicos: dados em branco no registro do médico argentino deixados pelo ministério dificultam a apuração da suposta irregularidade
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Mais Médicos: dados em branco no registro do médico argentino deixados pelo ministério dificultam a apuração da suposta irregularidade (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2013 às 19h26.

Porto Alegre - Ganhou repercussão nas redes sociais a imagem de um receituário médico preenchido por um profissional argentino, pertencente ao programa Mais Médicos, do governo, no qual uma dosagem de um antibiótico indicada ao paciente é três vezes superior à usual. O médico Juan Pablo Cazajus está registrado no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) com o número 38.128 e tem atendido numa Unidade Básica de Saúde (UBS) de Nova Tramandaí, em Tramandaí, no litoral norte do Estado.

Cazajus médico receitou na semana passada a um paciente idoso, fumante, com infecção pulmonar, o antibiótico azitromicina de oito em oito horas. A dosagem seria prejudicial. "Dentro da nossa Farmacologia, esse antibiótico é receitado 500 miligramas por dia, no máximo por cinco dias. Ou seja, um comprimido por dia. Há uma superdosagem", afirma o presidente do Cremers, Fernando Matos. Ele, que é cirurgião gastrointestinal, completa: "Nesse caso, é um medicamento controlado e tem de ser dado com cuidado, principalmente para crianças e idosos. Uma superdosagem poderá acarretar danos, tanto no fígado, como nos pulmões e no sistema gastrointestinal."

O conselho abrirá uma sindicância para apurar o caso. "Queremos saber do médico a razão para essa dosagem, que aparentemente não tem o porquê de se fazer. Assim como ouvimos médicos brasileiros nesses casos, também temos de ouvir esse médico estrangeiro, pois a lei é única", afirma. O secretário de Saúde de Tramandaí, Mário Morita, não atendeu aos telefonemas da reportagem. Já o Ministério da Saúde afirmou por nota que "um médico supervisor vinculado ao programa foi encaminhado ao local para acompanhar e avaliar a atuação do profissional".

De acordo com o Cremers, dados em branco no registro do médico argentino deixados pelo ministério dificultam a apuração da suposta irregularidade. "Até agora, o ministério não informou o endereço do médico na cidade, nem o do seu preceptor e do seu tutor, que seriam os médicos responsáveis por acompanhar o trabalho desse médico. Esses dados facilitariam muito para averiguarmos a situação." Esses dados não constam em nenhum dos 45 registros de médicos do programa no Estado, diz Matos. Cazajus, assim como o paciente que teve o antibiótico receitado, não foram encontrados pela reportagem.

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