Ciência

Pesquisadores de Harvard criam máscara que testa covid-19 na respiração

O biossensor vestível pode ser anexado em qualquer máscara facial padrão; teste é comparável ao RT-PCR e demora por volta de 2 horas para sair

Máscara wFDCF: o vestível pode ser integrado a qualquer máscara facial padrão (Wyss Institute / Harvard University/Divulgação)

Máscara wFDCF: o vestível pode ser integrado a qualquer máscara facial padrão (Wyss Institute / Harvard University/Divulgação)

LP

Laura Pancini

Publicado em 29 de junho de 2021 às 11h40.

Pesquisadores da Universidade de Harvard e do MIT criaram uma máscara facial que testa a respiração para ver se quem usa está com coronavírus.

A equipe de pesquisadores desenvolveu um biossensor vestível que pode ser anexado em qualquer máscara facial padrão.

Os usuários usam ela por 15 a 30 minutos, pressionam um botão no sensor e, 90 minutos depois, os resultados aparecem em um visor semelhante a um teste de gravidez.

"Você não apenas evita que o vírus se espalhe, mas está identificando se o tem ou não de forma relativamente rápida", disse Peter Nguyen, coautor da pesquisa e cientista na Universidade de Harvard.

O estudo por trás da invenção foi publicado na revista científica Nature Biotechnology. A tecnologia é baseada na de "freeze-dried cell-free" (ou wFDCF, nome que foi dado ao produto), desenvolvida em pesquisas anteriores da Wyss Institute, instituto de pesquisa interdisciplinar de Harvard.

A eficácia do teste é comparável aos testes RT-PCR, considerado o "padrão-ouro" para confirmar a presença do vírus da covid-19 no corpo. O dispositivo também é barato, com custo de cerca de cinco dólares para desenvolver o protótipo.

Para criar o sensor, a equipe extraiu e desidratou (pelo método de liofilização) o maquinário molecular que as células usam para identificar material genético, como o DNA e o RNA.

Essa informação atua como uma "impressão digital" para o sensor identificar o vírus, que libera uma pequena quantidade de água para hidratar os componentes que foram desidratados.

A mesma tecnologia pode ser usada para identificar outros patógenos, como a gripe. A equipe afirma que a detecção é tão precisa que a tecnologia é capaz de diferenciar as variantes do vírus SARS-CoV-2, além de que pode ser usada em jalecos de laboratório ou trajes militares, por exemplo, para a detecção de componentes nocivos.

Atualmente, a equipe está procurando parceiros comerciais para produzir o sensor. Talvez o produto não esteja disponível tão cedo, mas futuramente pode ser extremamente útil em países que têm dificuldade em controlar a circulação do vírus ou até para impedir futuras pandemias.

"Ao levar o laboratório até a pessoa, você pode obter uma resolução muito maior de quão rapidamente as pessoas são infectadas", disse Nguyen.

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