Ciência

Mapa mostra quanto o mundo perdeu de gelo em meio século

A cada ano, mundo perde 335 bilhões de toneladas de gelo. Declínio tem se acentuado em função do aquecimento global e resulta no aumento do nível do mar

Variação em massa das geleiras (em gigatoneladas, 1 Gt = 1 bilhão de toneladas). (Michael Zemp/ Universidade de Zurique/Divulgação)

Variação em massa das geleiras (em gigatoneladas, 1 Gt = 1 bilhão de toneladas). (Michael Zemp/ Universidade de Zurique/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de abril de 2019 às 16h40.

São Paulo - Em 55 anos, de 1961 a 2016, as geleiras da Terra perderam mais de 9 trilhões de toneladas de gelo, contribuindo para um aumento médio de 27 milímetros no nível global do mar. Os dados são de um novo estudo liderado pela Universidade de Zurique e publicado na revista científica Nature. 

As perdas foram mais pronunciadas nas geleiras do Alasca, seguidas pelos glaciares da Patagônia (que recentemente registrou recorde de temperatura) e as formações geladas do Ártico.

As geleiras dos Alpes europeus, a cordilheira do Cáucaso (região que divide a Ásia da Europa) e a Nova Zelândia também sofreram perda significativa de gelo, mas devido às suas áreas glaciares relativamente pequenas, elas desempenharam um papel menor no aumento do nível do mar global.

Os pesquisadores combinaram métodos de medição de campo e dados compilados pelo Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras com observações por satélite geodésico, capaz de medir digitalmente a superfície da Terra e as mudanças na espessura de gelo ao longo do tempo.

Para o estudo, foram reconstruídas modificações ocorridas em mais de 19.000 glaciares em todo o mundo em 55 anos. Os resultados pintam um cenário preocupante.

Atualmente, 335 bilhões de toneladas de gelo são perdidas a cada ano. Isso equivale ao volume de gelo armazenado nos Alpes europeus e corresponde a um aumento no nível do mar de quase 1 milímetro por ano. 

O declínio global de massa de gelo glacial aumentou significativamente nos últimos 30 anos e está associado ao clima mais quente no mundo, que é afetado tanto pelo aquecimento global quanto por variabilidades temporais de curto prazo.

 

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