Ciência

Mais de 500 mil vírus podem infectar humanos, alertam cientistas

Relatório divulgado nesta quinta-feira, 29, identifica período atual como "a era das pandemias"

Coronavírus: doença já deixou mais de 1 milhão de mortos (Anshuman Poyrekar/Hindustan Times/Getty Images)

Coronavírus: doença já deixou mais de 1 milhão de mortos (Anshuman Poyrekar/Hindustan Times/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 13h44.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 14h15.

Cerca de 1,7 milhão de vírus existem em mamíferos e aves hospedeiros. Desses, 540.000 podem alcançar os seres humanos. Pelo menos é o que aponta o relatório feito pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS). A interferência humana na natureza, os cientistas ressaltam, tem um papel fundamental para que os vírus encontrados em animais alcancem as pessoas.

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70% das doenças emergentes (como o ebola) e quase todas as pandemias conhecidas (influenza, HIV e a do novo coronavírus) são zoonoses causadas por micróbios de origem animal. O relatório indica que a exploração ambiental alterou o habitat de grande parte dos animais, prejudicando os micróbios deles e aumentando o contato entre espécies, pessoas e os patagoneos variados que levaram ao acontecimento das pandemias. Mais de cinco novas doenças surgem anualmente — e todas com um grande potencial pandêmico.

Os pesquisadores também alertam para uma chamada "era da pandemia", que estamos vivendo atualmente. Nela, as futuras doenças que surgirem devem matar mais pessoas do que a covid-19, que já deixou mais de 1 milhão de mortos.

O estudo indica que os efeitos da pandemia atual na economia global só poderão ser medidos com assertividade quando uma vacina estiver aprovada e a transmissão da doença for contida. Apesar disso, o custo da pandemia estava entre 8 e 16 trilhões de dólares até julho deste ano e pode custar 16 trilhões de dólares somente aos Estados Unidos (epicentro da doença no mundo) no quarto trimestre de 2020.

Segundo o relatório, o risco pode ser reduzido uma vez que o consumo responsável for adotado como prática, além da criação de um conselho global para a prevenção de pandemias, políticas de redução de exploração de terras e investimento em pesquisas científicas.

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