Lula: presidente fará cirurgia para tratar problema de saúde (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 24 de julho de 2023 às 18h22.
Última atualização em 24 de julho de 2023 às 18h47.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma infiltração na região do quadril neste domingo, 23. Significa que um anestésico foi aplicado diretamente na articulação - o objetivo era amenizar as dores decorrentes de uma artrose.
Também conhecido como osteoartrose, esse problema é caracterizado pelo desgaste das cartilagens articulares, que são os tecidos que revestem a extremidade dos ossos.
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A artrose de quadril leva a um desgaste especificamente da articulação formada pela conexão da cabeça do fêmur (osso da coxa) com o acetábulo (a parte do osso da pelve, que se liga ao fêmur). De acordo com o ortopedista Leandro Ejnisman, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), especializado em quadril, quando dois ossos assim se encaixam, as cartilagens que os revestem funcionam como amortecedores. São elas que permitem movimentos harmônicos e indolores.
"Essa cartilagem é muito espessa, mas, com o tempo, vai ficando desgastada. Algumas vezes, fica tão desgastada que começa a expor o osso", descreve o médico. Essa situação provoca dor e, em muitos casos, limita a mobilidade do paciente. Ejnisman ressalta que não tem conhecimento detalhado da situação de saúde do presidente, e que está falando de forma genérica sobre o problema.
Nas fases mais avançadas da doença, pode ocorrer a redução da amplitude dos movimentos, impondo dificuldades para a execução de tarefas simples, como cruzar a perna, calçar sapatos, cortar as unhas dos pés ou entrar e sair de um carro. Em casos ainda mais graves, pode haver o encurtamento de uma das pernas.
A principal causa da artrose de quadril é o envelhecimento. O problema costuma afetar pessoas com mais de 45 anos. Outras condições podem contribuir para o surgimento do problema, como obesidade, exercícios físicos em excesso, doenças reumatológicas e acidentes. O diagnóstico é feito por meio de exames de radiografia ou ressonância magnética.
Quando o tratamento conservador deixa de funcionar, o caminho é a cirurgia, baseada na colocação de uma prótese de quadril. No procedimento, retira-se a cartilagem e os ossos lesionados e eles são substituídos por componentes artificiais.
"A cirurgia tem excelentes resultados e pouquissimas complicações", afirmou Ejnisman, que também é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). "Tanto que a revista Lancet, uma das mais prestigiadas do mundo, elegeu a prótese de quadril como a cirurgia do século XX. Pessoas que estavam totalmente incapacitadas, de cama, não só voltaram a ter uma vida normal como até a praticar esportes de impacto", relata.