Segundo pesquisas, a Lua foi formada por uma colisão violenta entre a Terra e um embrião planetário chamado Theia
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 11h47.
Uma senhora Lua! Durante décadas, cientistas discutem a idade exata do satélite natural da Terra. Agora, pesquisadores acreditam ter chegado a um número mais aproximado: 4.51 bilhões de anos – entre 40 e 140 milhões de anos a mais do que se imaginava.
O estudo, realizado por uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), foi publicado na revista Science Advances. A descoberta também mostrou que a Lua teria se formado apenas 60 milhões de anos depois do nascimento do Sistema Solar, e 40 milhões depois da Terra. As novas informações são cruciais para os estudos sobre a evolução inicial do nosso planeta.
Os resultados foram baseados em análises feitas em zirconitas, minerais trazidos por astronautas da missão Apollo 14, em 1971. Várias técnicas já foram utilizadas para determinar a idade de pedras lunares, mas a maioria é composta por uma mistura de rochas de diferentes períodos e origens – o que sempre dificultou o trabalho dos pesquisadores.
Desta vez, porém, foi possível estudar zirconitas em estado puro e analisar a redução da atividade radioativa do urânio nas rochas.
“Elas são os melhores relógios da natureza”, disse Kevin McKeegan, professor de geoquímica e química cosmológica da UCLA e co-autor do estudo. “É o mineral que preserva a história geológica, revelando onde foi originado”.
Segundo pesquisas, a Lua foi formada por uma colisão violenta entre a Terra e um embrião planetário chamado Theia. O impacto deu origem a uma lua liquefeita, que se solidificou com o tempo.
Os cientistas acreditam que boa parte da superfície foi coberta com magma logo após a sua formação. E as medições de urânio-chumbo podem detectar quando as zirconitas apareceram pela primeira vez nesse oceano de magma da Lua recém-nascida.
Estudos anteriores concluíram o tempo de existência da Lua de acordo com rochas lunares que haviam sido contaminadas por colisões múltiplas. Ela indicavam a data de outros eventos, “mas não a idade do satélite”, concluiu McKeegan.
Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.