Ciência

LSD reduz ansiedade por até 3 meses em quase metade dos pacientes, aponta estudo

Teste clínico de fase intermediária com 200 pacientes revelou efeito duradouro do psicodélico em pacientes com transtorno de ansiedade generalizada

LSD Microdosing. Small or micro doses of LSD drug cut from a tab, presented on a finger. Microdosing practice is somewhat popular amongst students and creatives looking for improvement of focus, awareness and creativity or as a treatment against some mental disorders. (microgen/Getty Images)

LSD Microdosing. Small or micro doses of LSD drug cut from a tab, presented on a finger. Microdosing practice is somewhat popular amongst students and creatives looking for improvement of focus, awareness and creativity or as a treatment against some mental disorders. (microgen/Getty Images)

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 06h24.

Um estudo clínico de fase intermediária conduzido pela farmacêutica MindMed apontou que o LSD pode aliviar sintomas de transtorno de ansiedade generalizada, com efeitos que se mantêm por até três meses. Os resultados foram publicados nesta quinta-feira, 4, no Journal of the American Medical Association e divulgados pela Associated Press.

Quase 200 pacientes participaram do estudo, recebendo aleatoriamente uma de quatro doses de LSD ou placebo. Nas quatro semanas seguintes, as doses mais altas da droga reduziram significativamente os sintomas de ansiedade, com efeitos mantidos em 65% dos pacientes após 12 semanas.

Quase metade dos pacientes que recebeu a maior dose do LSD teve seus sintomas de ansiedade praticamente eliminados.

O estudo adotou uma abordagem simplificada: os pacientes receberam uma única dose de LSD sob supervisão profissional, sem sessões de terapia adicionais. Isso difere de pesquisas anteriores com outros psicodélicos, como o MDMA, em que os efeitos eram combinados com longas terapias conduzidas por profissionais.

Os efeitos colaterais mais comuns incluíram alucinações, náuseas e dores de cabeça. Alguns pacientes do grupo placebo também relataram melhora, embora de forma menos intensa.

Psicodélicos em pesquisas

A pesquisa com psicodélicos está em expansão, com a Food and Drug Administration (FDA) reconhecendo compostos como psilocibina, MDMA e agora LSD como terapias "inovadoras" para transtornos mentais. Estudos recentes exploram seu uso em condições como depressão, TEPT e ansiedade.

Segundo Frederick Barrett, diretor do centro psicodélico da Universidade Johns Hopkins, “o estudo representa um passo na retomada de pesquisas antigas, aplicando padrões modernos para avaliar custos e benefícios dessas drogas”.

A MindMed afirmou que planeja novos ensaios clínicos de maior duração para acompanhar os pacientes por períodos mais longos e avaliar a necessidade de retratamentos. Os resultados poderão servir como base para futuras solicitações de aprovação da FDA.

O LSD foi amplamente pesquisado nas décadas de 1950 e 1960, mas estudos nos EUA foram interrompidas após sua proibição em 1970, quando a droga foi classificada como substância da Lista 1, considerada sem uso medicinal e com alto potencial de abuso.

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