Ciência

Jovem morre após tomar anticoncepcional receitado por médico

Inquérito constatou que Charlotte Foster poderia ter sobrevivido se o profissional de saúde tivesse se atentado aos efeitos colaterais de seu medicamento

Remédios: anticoncepcional foi receitado por erro de médico (grThirteen/Thinkstock)

Remédios: anticoncepcional foi receitado por erro de médico (grThirteen/Thinkstock)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 13h07.

Última atualização em 22 de outubro de 2017 às 13h28.

São Paulo - O caso de uma jovem de apenas 23 anos que morreu por conta de uma embolia pulmonar, em janeiro de 2016, tem gerado repercussão nos Estados Unidos. Isso porque, mais recentemente, um inquérito constatou que ela poderia ter sobrevivido se seu médico tivesse se atentado aos efeitos colaterais de seu anticoncepcional.

Charlotte Foster, que acabara de se formar na faculdade, usava a pílula Dianette (também conhecida no Brasil como Diane-35) tanto para contracepção, como para o tratamento da acne. Três semanas antes de sua morte, ela teria visitado seu médico, Sunil Idicula Simon, para se queixar de fortes dores nas pernas, nas costelas e dificuldades para respirar.

No entanto, como reportou o The Telegraph, o profissional teria recomendado que ela fosse a um spa em busca de descanso - e descartou a possibilidade de trombose venosa, isto é, a formação de coágulos em suas veias. Hoje, o médico responde a um severo procedimento disciplinar no país.

Charlotte tomava a pílula havia cinco meses e teve uma parada cardíaca em seu trabalho. O inquérito ainda teria revelado que a jovem passou por exames que atestaram sua vulnerabilidade ao remédio, que apresentaria o dobro de risco de coagulação em relação a seus pares.

Especialistas ouvidos pelo The Guardian afirmam que o Dianette é indicado para o tratamento da acne severa, mas que, apesar de ser efetivo também como método contraceptivo, não deve ser receitado apenas para esse último propósito. Além disso, deve ser administrado por períodos curtos e para pacientes que estejam fora da zona de risco, dado o seu maior risco de formação de coágulos.

Por fim, vale o alerta: como cada paciente tem um perfil diferente, é importante que toda mulher consulte um ginecologista de sua confiança e peça exames para identificar a trombose antes de tomar um medicamento.

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