Ciência

Japão pode despejar 1,7 milhão de toneladas de água radioativa no Pacífico

Segundo o Japão, os tanques para armazenamento de água lotarão em 2022, e o processo de despejo duraria cerca de 10 anos

Fukushima: Japão está encontrando dificuldades em armazenar água contaminada por acidente nuclear (Getty Images/Reprodução)

Fukushima: Japão está encontrando dificuldades em armazenar água contaminada por acidente nuclear (Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 10h50.

São Paulo --- O governo do Japão está com dificuldades para encontrar mais espaço para armazenar a água contaminada pelo acidente nuclear da usina de Fukushima, que aconteceu em 2011, quando 3 reatores derreteram após o local ter sido atingido por um tsunami. Entre as possíveis alternativas apontadas pelo governo, a mais provável é o despejo do conteúdo no Oceano Pacífico, segundo o jornal sul-coreano Hankyoreh.  

O subcomitê de especialistas do caso, pasta que faz parte do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI), está procurando saídas para liberar espaço nos tanques, já que a usina ainda produz 170 toneladas de água contaminada por dia.

Segundo o Japão, os tanques para armazenamento de água lotarão em 2022, e o processo de despejo duraria cerca de 10 anos; hoje, os reservatórios armazenam cerca de 1,7 milhão de toneladas de água.

O governo adotou o termo "água processada" recentemente para se referir ao conteúdo dos tanques, e relatam que a água foi purificada por meio do sistema de equipamento de remoção multi-nuclídeo, ALPS, e teve as 62 substâncias radioativadas reduzidas para níveis inferiores ao limite.

Em 2018, porém, um estudo local registrou que, de 890 mil toneladas que passaram pela purificação, 750 mil toneladas ainda apresentavam substâncias em nível prejudicial para o meio ambiente. Autoridades responsáveis relataram para jornais locais que ainda é cedo para iniciar o despejo, visto que isso prejudicaria também o setor de pesca do país.

As três possibilidades estudadas, até então, são: descartar a água no Oceano, evaporá-la ou liberá-la na atmosfera realizando as duas abordagens ao mesmo tempo.

Se nenhuma outra opção for apresentada, o despejo da água contaminada no Oceano Pacífico é o mais provável de acontecer.

O governo ainda irá analisar opiniões internas e conversar com acionistas da Tokyo Eletric Power Company (TEPCO), empresa que distribui energia elétrica para Tóquio e demais lugares do Japão.

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