Estagiária de jornalismo
Publicado em 21 de julho de 2025 às 15h53.
As leis da física quântica têm proporcionado novas perspectivas sobre a origem do universo. Elas desafiam conceitos tradicionais e sugerem que a ideia de um universo anterior ao nosso pode não ser necessária ou mesmo possível.
Para entender essa complexidade, é fundamental explorar como a física quântica e suas diferentes abordagens lidam com a natureza do espaço-tempo e a origem cósmica.
No modelo clássico da cosmologia, baseado na relatividade geral de Einstein, o universo tem um começo definido pelo Big Bang.
Segundo essa visão, antes do Big Bang, o conceito de tempo e espaço não existia, e por isso não haveria um “antes” do universo atual. No entanto, essa descrição apresenta limitações profundas, pois a singularidade é um ponto onde a física não consegue descrever a realidade com precisão.
A física quântica, ao tratar dos fenômenos em escalas extremamente pequenas, fornece ferramentas importantes para superar esses limites. Em particular, teorias que tentam unificar a mecânica quântica com a gravidade, como a gravidade quântica em loop, propõem que o espaço-tempo não é contínuo, mas sim constituído de “átomos” ou quantas de espaço-tempo.
Nesse contexto, a singularidade do Big Bang desaparece, sendo substituída por um fenômeno chamado “Big Bounce” (Grande Reversão), no qual o universo atual teria emergido do colapso de um universo anterior.
Contudo, mesmo essa ideia do Big Bounce é objeto de debate e não implica necessariamente na existência de um universo anterior idêntico ao nosso.
A gravidade quântica em loop sugere que a estrutura do espaço-tempo pode mudar de forma drástica em escalas quânticas, de modo que o tempo pode perder seu significado clássico e tornar-se uma variável sem direção definida. Essa reversibilidade temporal implica que não podemos afirmar categoricamente uma sequência simples de “antes” e “depois” em relação à origem do cosmos.
Além disso, outras abordagens, como a teoria das cordas e o modelo de universo inflacionário, também exploram possibilidades em que o conceito de um “universo anterior” é questionado.
A cosmologia inflacionária sugere que o universo passou por uma rápida fase de expansão logo após sua origem, apagando possível informação sobre estágios predecessores.
Já a teoria das cordas propõe múltiplas dimensões e realidades paralelas, onde o conceito de tempo e espaço pode ser radicalmente diferente.