Ciência

Inteligência artificial aponta existência de 50 novos planetas

Algoritmo criado por pesquisadores no Reino Unido identificou 50 planetas em dados coletados por telescópios da Nasa

Planetas: telescópios da Nasa deram informação necessária para alimentar algoritmo (Lev Savitskiy/Getty Images)

Planetas: telescópios da Nasa deram informação necessária para alimentar algoritmo (Lev Savitskiy/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 14h26.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 14h38.

Uma Inteligência Artificial (IA) desenvolvida por cientistas na Universidade de Warwick, no Reino Unido, apontou a existência de outros 50 novos planetas. Para conseguir fazer essa descoberta, o algoritmo recebeu dados de telescópios da Nasa (como do observatório Kepler e do Transiting Exoplanet Survey Satellite, ou TESS), sendo treinado por meio do uso do aprendizado de máquina.

Os planetas encontrados têm diversos tamanhos e alguns são tão grandes quanto Netuno, enquanto outros podem ser menores.

Segundo eles, o aprendizado de máquina (comumente aplicado em outras áreas da tecnologia e da ciência) não havia sido utilizado ainda para a descoberta de planetas. É por meio desse aprendizado que as inteligências artificiais são treinadas a identificar padrões de comportamento, imagens ou dados, por exemplo.

"Quase 30% dos planetas conhecidos até o momento foram validados usando apenas um método e isso não é o ideal. Desenvolver novas formas de validação é desejável por esse motivo exclusivamente, mas o machine learning também nos permite validar e priorizar os candidatos de forma muito mais rápida", disse Dr. Armstrong, um dos autores do estudo, em um comunicado publicado no site da universidade.

De acordo com a Nasa, um planeta é confirmado somente depois de passar por algumas análises. Primeiro de tudo é preciso que um cientista faça a coleta de dados de telescópios, estando eles no céu ou no solo.

Isso, no entanto, não é tudo --- antes de falar que encontrou um planeta, o cientista precisa definir se o objeto espacial encontrado não se trata de um grupo de estrelas, de asteroides ou se não é até mesmo uma nuvem de poeira ou uma anã marrom.

Depois é preciso confirmar se o que foi encontrado é ou não um planeta com a utilização de um segundo método de observação. Para ser validada, os cientistas precisam ter mais de 99% de certeza em relação a descoberta.

Em seguida é preciso submeter a novidade para um jornal científico e esperar a revisão de pares e a publicação do estudo.

A expectativa dos cientistas é de que o algoritmo desenvolvido por eles poderá servir, no futuro, como uma forma de validação e confirmação mais rápida da existência de novos planetas.

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