Brasil

Infarto mata entre 10% e 15% das vítimas no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é reduzir o índice para 5%

Paramédico medindo pressão: segundo especialista, o infarto acontece por causa da obstrução das artérias do coração, provocada pelo acúmulo de gordura (Antonio Cruz/ABr)

Paramédico medindo pressão: segundo especialista, o infarto acontece por causa da obstrução das artérias do coração, provocada pelo acúmulo de gordura (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 11h09.

Brasília – O infarto agudo do miocárdio, uma das principais causas de óbitos no Brasil, junto com o acidente vascular cerebral (AVC), mata entre 10% e 15% das suas vítimas no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é reduzir o índice para 5%. Para o cardiologista João Poeys, a dica é incentivar hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física, sem descuidar do histórico familiar de doenças cardiovasculares.

Esse tipo de enfermidade, segundo o médico, acontece por causa da obstrução das artérias do coração, provocada pelo acúmulo de gordura. Entre os fatores de risco estão pressão alta, taxas de colesterol e glicose elevadas, sobrepeso e obesidade, além de hábitos como fumo, baixa ingestão de frutas e verduras e sedentarismo.

“Hoje um fator muito importante que a gente está vendo na prática clínica é o histórico familiar. Pacientes que, mesmo que não tenham fatores clássicos, mas com mãe ou irmão que teve infarto jovem, têm uma propensão grande de desenvolver a doença.”

A orientação de Poeys é que os cuidados comecem desde cedo. “É preciso acabar com o mito de que criança saudável é criança gordinha”, ressaltou. Na adolescência, é recomendada a realização de exames de sangue para medir as taxas de colesterol e glicose. Homens, a partir dos 40 anos, e mulheres, a partir dos 50, já devem começar a fazer periodicamente o teste ergométrico.

“A gente vê, no dia a dia do hospital, que a maioria dos pacientes infartados ou infartando não fazia acompanhamento médico regular, não se tratava, é sedentária e tem alimentação ruim. Infelizmente, só depois do susto que tomam com um infarto ou uma angina, eles procuram mudar o estilo de vida.”

O comerciante Plínio Rodrigues Miranda, de 56 anos, tem o perfil de quem deve se cuidar em relação a doenças cardiovasculares – está 12 quilos acima do peso, é sedentário, não se alimenta bem e trabalha muito, o que aumenta o estresse. Enquanto aguardava para ser chamado para a consulta, já conseguia adiantar o que o cardiologista cobraria.

“Ele vai dizer que tenho que emagrecer, comer mais fruta e verdura, diminuir a cerveja”, contou. Apesar de manter uma frequência de consultas há pelo menos dez anos, Miranda admite: “Preciso me cuidar mais. Já senti dor no peito, fadiga, falta de ar”, disse.

Maria Aparecida Nascimento, de 58 anos, procurou o médico depois de sentir o coração “batendo apressado”. A família da aposentada tem histórico de pressão alta. Além dela, as filhas de 32 e 38 anos já apresentam o problema. Há alguns anos, depois da primeira visita ao cardiologista, Maria passou a cuidar mais da alimentação e, mesmo sem poder fazer esforço físico, faz hidroterapia.

“Já no combate ao estresse, a religião ajuda. Tenho nove netos. O coração tem que estar bom para cuidar deles”, contou.

Acompanhe tudo sobre:DoençasDoenças circulatóriasDoenças do coraçãoSaúde

Mais de Brasil

Lula se reúne com ministros no Planalto para discutir reação à tarifa de Trump ao Brasil

Reprovados no 1º exame prático para CNH no Rio não pagarão taxa para refazer teste

Após Trump anunciar tarifaço nos EUA, Lula critica medidas arbitrárias unilaterais de países

Moraes afirma que Eduardo Bolsonaro tenta interferir em ação penal da trama golpista