Brasil

Inep vai pagar R$ 400 para aluno fazer Revalida

Governo deverá pagar para estudantes de medicina que participarem do pré-teste da prova que irá reconhecer diplomas de formados no exterior

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 20h22.

São Paulo - O governo federal vai pagar R$ 400 para os estudantes de Medicina que participarem do pré-teste do Exame Nacional de Revalidação de Diploma Médico (Revalida), prova para reconhecer diplomas de formados em outros países que querem atuar no Brasil. O pré-teste será aplicado a alunos de último ano como forma de calibrar a prova. Os incentivos devem custar cerca de R$ 1,5 milhão.

Os pagamentos estão sendo informados em comunicados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) encaminhados aos coordenadores de cursos das instituições escolhidas para o Revalida. Ligado ao Ministério da Educação (MEC). o Inep é responsável pela aplicação do exame. As provas serão realizadas no dia 25 de agosto.

O Inep já havia sinalizado que daria algum tipo de incentivo aos estudantes, como o Estado adiantou em julho. Entretanto, não havia menção a pagamento em dinheiro direto aos alunos.

Como a participação é voluntária, a preocupação do Inep e também de especialistas é que houvesse baixa participação no pré-teste, ou mesmo boicote, não alcançando uma amostra significativa. Os resultados vão "subsidiar eventuais ajustes na prova, nas edições seguintes", como indica o comunicado.

O Inep nega que os dados do pré-teste serão usados para baixar a dificuldade do Revalida. Nas últimas duas edições, o exame registrou índices de reprovação acima de 90%.

Para receber os R$ 400, os alunos terão de comprovar a participação, com assinatura na lista de presença, e não ter a prova anulada ou nota zero. O Inep indica que os valores sejam usados para pagar a inscrição em programas de residência, mas não há obrigatoriedade para a finalidade do dinheiro.

O instituto informou em nota que não há embasamento legal que possibilite uma associação direta entre o pagamento do auxílio e a obrigatoriedade do uso na taxa de inscrição em prova de residência médica.

O Inep alegou que incentivos estão previstos na Lei 11.507, de 2007, que institui o Auxílio de Avaliação Educacional (AAE). "O pagamento do auxílio de avaliação educacional foi uma demanda feita pelos coordenadores de cursos de Medicina, com o objetivo de auxiliar os participantes no pagamento da taxa de inscrição na prova de residência médica. O Inep entendeu que a solicitação é justa", afirmou o órgão, em nota.

Contrapartida

Bráulio Luna Filho, membro da comissão de especialistas que negocia alterações no programa Mais Médicos com o governo federal, disse não ver problemas em pagar para evitar que os estudantes boicotem a prova, mas o investimento tem de ser adequado. "Se não tivesse essa contrapartida, provavelmente os alunos não fariam a prova ou a fariam de qualquer jeito", disse ele, que também é responsável pela avaliação dos formandos feita pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).

"Gastar dinheiro com pesquisas e avaliações não é problema, desde que a amostra seja bem feita. E a amostra de universidades de São Paulo selecionadas para fazer o Revalida não é representativa e é enviesada", afirmou Luna Filho, em referência à escolha de apenas três instituições particulares paulistas, "sem representatividade" e com baixo desempenho, para participar da calibragem.

O pré-teste do Revalida será aplicado a alunos de 32 cursos de Medicina - 17 instituições privadas e 15 públicas. Com base no número de formandos das instituições selecionadas, cerca de 4 mil alunos devem fazer o exame. A prova será a mesma aplicada aos candidatos diplomados no exterior, mas estudantes brasileiros só farão a parte teórica.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEducação no BrasilMedicinaMédicos

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP