Ciência

Helicóptero da Nasa fará primeira tentativa de voo em Marte neste domingo

O Ingenuity deve voar por cerca de 30 segundos no local. Trata-se da primeira tentativa de voo controlado em outro planeta já feita pela Nasa

Helicóptero deve mandar imagens do percurso para garantir que foi realizado com sucesso (NASA/AFP Photo)

Helicóptero deve mandar imagens do percurso para garantir que foi realizado com sucesso (NASA/AFP Photo)

KS

Karina Souza

Publicado em 9 de abril de 2021 às 19h42.

Última atualização em 9 de abril de 2021 às 19h47.

O helicóptero Ingenuity, da Nasa, deve fazer a primeira tentativa de voo controlado em outro planeta. A aeronave, que pesa 1,8 quilo, deve ficar a três metros da superfície por cerca de 30 segundos. O tempo para ir da superfície até essa altura deve ser de seis segundos. As primeiras informações sobre o voo devem chegar à Califórnia às 4h15 (5h15 no horário de Brasília).

“Fazemos demonstrações de tecnologia como essa para ampliar nossa experiência e fornecer algo sobre o qual as próximas missões e a próxima geração possam construir", afirma Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na sede da NASA, em comunicado.

Para confirmar o voo, a mini-aeronave (similar a um drone) deve enviar imagens feitas pela câmera acoplada a partir da altura atingida e, ao pousar novamente na cratera de Jezero, deve enviar novas imagens -- por meio do rover Perseverance -- para confirmar cada etapa do voo.

De acordo com a agência norte-americana, voar em Marte é muito mais difícil do que na Terra. O principal fator para isso é a pressão atmosférica -- que é cerca de 1% da registrada na Terra. Caso o voo dê certo, deve representar um forte avanço para a NASA, que poderá contar com helicópteros capazes de auxiliar futuras missões neste planeta.

Já caso a experiência dê errado, não deve impactar a coleta de dados feita pelo rover Perseverance, ao qual foi acoplado.

Entenda desde o começo

O mini-helicóptero Ingenuity chegou em fevereiro à Marte, acoplado ao rover PerseveranceNo dia 18 de fevereiro, ambos pousaram em solo marciano com o objetivo de buscar por sinais de vida no planeta vermelho.

No dia 6 de abril, o equipamento similar a um drone enviou a primeira imagem colorida de Marte para a Terra. Com noites de até 90 °C negativos, seus componentes elétricos, incluindo a bateria, poderiam sofrer com falhas. Contudo, o helicóptero sobreviveu.

O rover irá analisar a geologia e procurar pistas sobre como era o clima de Marte no passado, abrindo caminho para exploração humana. Ele também irá coletar rochas e sedimentos do local para serem analisados posteriormente na Terra, algo nunca antes feito no planeta. O fato de o helicóptero ter ido junto ao rover é importante para aproveitar ao máximo a ida ao Planeta Vermelho, uma vez que o drone consegue acessar lugares que o rover não consegue entrar.

A espaçonave, que viajou por volta de 468 milhões de quilômetros desde o seu lançamento no dia 30 de julho de 2020, pousou na cratera de Jezero, uma bacia em Marte, onde os cientistas acreditam que um antigo rio desaguou em um lago e depositou sedimentos. A Nasa considera provável que o ambiente tenha preservado sinais de alguma vida que tenha habitado Marte bilhões de anos atrás.

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