Ciência

Grupo identifica 21 tipos de marcas de dinossauro na Austrália

Segundo pesquisador, a descoberta consiste no mais variado conjunto de pegadas do planeta

Pegada: os pesquisadores examinaram as pegadas durante mais de 400 horas, entre 2011 e 2016 (Université du Queensland/Steven W. SALISBURY/AFP)

Pegada: os pesquisadores examinaram as pegadas durante mais de 400 horas, entre 2011 e 2016 (Université du Queensland/Steven W. SALISBURY/AFP)

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AFP

Publicado em 27 de março de 2017 às 09h09.

Última atualização em 27 de março de 2017 às 11h18.

Um grupo de pesquisadores descobriu 21 tipos de pegadas de dinossauro em rochas de até 140 milhões de anos, situadas na jazida australiana conhecida como "Jurassic Park".

Os paleontologistas da Universidade de Queensland e da Universidade James Cook examinaram milhares de pegadas em uma zona de 25 km da remota região de Waldamany, na Austrália Ocidental.

Steve Salisbury, principal autor de um estudo publicado na Memoir of the Society of Vertebrate Paleontology, explicou nesta segunda-feira que se tratava do conjunto de pegadas mais variado do planeta. "É algo sem precedentes no mundo", disse.

"É muito importante, é a pegada dos dinossauros não aviários na parte ocidental do continente e o único lampejo que temos da fauna de dinossauros australianos durante a primeira metade do Cretáceo inferior", disse. "É um lugar mágico, é o Jurassic Park australiano, é uma paisagem selvagem espetacular".

Os pesquisadores examinaram as pegadas durante mais de 400 horas, entre 2011 e 2016, e identificaram 21 tipos de marcas diferentes procedentes de quatro principais grupos de dinossauros.

"Há cinco tipos de pegadas de dinossauros predadores, ao menos seis tipos de pegadas de saurópodes herbívoros de pescoço longo, quatro tipos de pegadas de ornitópodes herbívoros bípedes e seis tipos de pegadas de dinossauros com carapaça".

Estas pegadas estiveram prestes a ser arrasadas porque a zona foi selecionada em 2008 pelo governo da Austrália Ocidental como lugar de preferência para um gigantesco projeto de tratamento de gás natural.

Preocupados, os guardiões aborígenes do local entraram em contato com os paleontologistas para que estudassem as pegadas que conheciam, aparentemente, há milhares de anos.

"O mundo deveria saber o que estava em jogo", explicou Phillip Roe, um responsável da comunidade aborígene dos Goolarabooloo. As pegadas de dinossauros são mencionadas em um dos "ciclos de cantos" aborígenes da região, por meio dos quais são transmitidas histórias, rituais, códigos e leis de geração em geração.

O lugar havia sido classificado como patrimônio nacional em 2011, depois que o projeto de tratamento de gás foi abandonado.

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