Ciência

Grupo de cientistas pede toque de recolher para frear a pandemia no Brasil

Observatório Covid-19 BR reúne cientistas brasileiros e estrangeiros. Eles pedem políticas mais rigorosas para evitar a propagação de covid-19

Toque de recolher deixaria as ruas vazias, o que poderia ajudar a evitar a propagação do novo coronavírus (Amanda Perobelli/Reuters)

Toque de recolher deixaria as ruas vazias, o que poderia ajudar a evitar a propagação do novo coronavírus (Amanda Perobelli/Reuters)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 10h55.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 12h20.

O aumento do número de mortes de covid-19 no Brasil motivou um grupo de cientistas a pedir restrições mais rigorosas como forma de frear a propagação do novo coronavírus no país. Entre as medidas propostas pelo Observatório Covid-19 BR, iniciativa independente de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, está a adoção de um toque de recolher.

O grupo afirma que “a diretriz básica seria o fechamento do comércio e serviços não essenciais”. Entre estes, destaque para bares, restaurantes e academia, assim como festas e shows em espaços públicos ou privados. “Eventualmente e localmente, pode ser necessária a decretação de toque de recolher noturno”, informa o grupo.

Além do fechamento de estabelecimentos comerciais, o grupo ainda pede que viagens sejam restritas e que aglomerações devem ser altamente desencorajadas, principalmente em ambientes sem ventilação.

Os pesquisadores afirmam que “é necessária uma ação rápida”. No que dependesse do grupo, as políticas sugeridas já seriam adotadas durante esta semana e prolongadas até meados de janeiro, quando haveria uma reavaliação do que funcionou ou não e de como estaria a situação de covid-19 no país.

Os casos de covid-19 pioraram no Brasil nas últimas semanas, seguindo uma tendência global de alta. Somente nos últimos dois dias, o país registrou mais de 138 mil novos casos da doença. Ao todo, mais de 7,1 milhões de pessoas no Brasil já foram infectadas com o vírus SARS-CoV-2. Já são mais de 184 mil mortes.

“A necessidade de manter por mais algum tempo, agora com horizontes mais tangíveis, restrições como as descritas acima vem da inexorável lógica de combate ao vírus enquanto não tivermos a população vacinada”, informa a nota divulgada pelo Observatório Covid-19 BR.

Em relação ao imunizante, a maior parte da população brasileira acredita que a campanha de vacinação deve ter início ainda no primeiro semestre do ano que vem. O grupo de pesquisadores, porém, lembra que o processo pode levar um bom tempo para ser concluído. “Dadas as várias etapas previstas de campanhas de vacinação, o processo de imunização pode durar até meados de 2022”, diz a nota.

Nesta sexta-feira (18), São Paulo recebeu mais 2 milhões de doses da vacina CoronaVac. O imunizante é fabricado pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O governo estadual paulista já havia recebido 1 milhão de doses no começo deste mês. Ao todo, 7 milhões de doses serão entregues ainda neste ano.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEpidemiasPesquisas científicas

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada