Ciência

Vacina da covid já foi usada e já funcionou em milhares na China

Segundo o CNBG, do governo chinês, a vacina contra o novo coronavírus pode proteger quem tomá-la por até três anos

Vacina: a CNBG, do governo chinês, deu indicações positivas sobre a vacina (Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação/Reuters)

Vacina: a CNBG, do governo chinês, deu indicações positivas sobre a vacina (Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação/Reuters)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 07h45.

Última atualização em 8 de setembro de 2020 às 09h20.

Duas vacinas chinesas já foram aplicada em centenas de milhares de pessoas, a partir de um protocolo de emergência na China, e até agora nenhum dos pacientes apresentou efeito colateral grave nem foi infectado pelo novo coronavírus. É o que afirma uma porta-voz do China National Biotec Group (CNBG), órgão do governo chinês responsável pelo desenvolvimento das vacinas. As informações são do jornal South China Morning Post.

"Centenas de milhares de pessoas receberam doses das vacinas, e ninguém mostrou nenhum efeito colateral ou foi infectado pelo vírus", declarou Zhou Song, secretária da comissão de inspeção da China National Biotec Group, nesta segunda (7), à China National Radio e citada pelo SCMP.

Segundo Song, a vacina da CNBG também foi aplicada em pessoas que viajaram para outros países, nos quais a pandemia tem maior força, e deve proteger quem recebê-las por até três anos.

Apesar das boas notícias divulgadas pelo governo da China, ainda pode demorar um pouco para que haja uma campanha de vacinação em massa. Para que uma vacina seja liberada ao público, ela precisa ser aprovada em três fases de testes. A da CNBG atualmente está na terceira, sendo analisada em países como Argentina, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Jordânia e Peru.

A vacinação de emergência só aconteceu na China, antes da aprovação na terceira fase, porque o país no começo de julho autorizou campanhas de imunização para pessoas em grupo de risco, como profissionais de saúde e quem trabalha em fronteiras. Segundo o CNBG, é nessas campanhas que a vacina está dando resultado.

Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela é avaliada em fases pré-clínicas, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica. A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a segunda é a que tenta estabelecer que a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e tenta demonstrar a eficácia da imunização.

Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando essa fase é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário. Atualmente, ao menos oito vacinas estão na fase final de testes.

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