O selo em cerâmica apresenta uma escrita em símbolos desconhecidos e um animal (Redes Sociais/Reprodução)
Repórter
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 15h37.
Última atualização em 28 de janeiro de 2025 às 16h18.
Em janeiro deste ano, Muthuvel Karunanidhi Stalin, ministro-chefe de Tamil Nadu, Índia, provocou um alvoroço ao anunciar uma recompensa de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,9 milhões) para decifrar um enigmático código de 5.300 anos.
Inscrito em cerâmica pela civilização do Vale do Indo (também conhecida como Harappan), o código representa um dos primeiros estilos de vida urbana do mundo, com cidades muradas de tijolos habitadas por fazendeiros e comerciantes, segundo informações da emissora britânica BBC.
A descoberta de aproximadamente 2 mil sítios semelhantes na região desde o último século lança luz sobre essa civilização, cujo declínio repentino permanece envolto em mistério, sem evidências claras de guerra, fome ou desastres naturais.
A dificuldade em decifrar a escrita reside na complexidade dos breves textos de cerca de cinco sinais ou símbolos, além da falta de artefatos bilíngues para facilitar a interpretação. Avanços recentes, incluindo o uso de aprendizado de máquina, têm proporcionado novas perspectivas ao analisar os padrões e estruturas dos textos.
Apesar de progressos significativos, como identificar que 67 sinais compõem 80% dos textos e desenvolver modelos para restaurar textos danificados, o mistério persiste quanto à natureza exata dos sinais — se são palavras completas, partes ou frases.
O anúncio do prêmio milionário coincidiu com estudos que relacionam achados do Vale do Indo a descobertas em Tamil Nadu, indicando possíveis conexões culturais entre as regiões. No entanto, os pesquisadores permanecem céticos sobre a eficácia do concurso, dado o desafio contínuo de decifração mesmo com recursos e dados extensos à disposição.