Resultados podem possibilitar tratamentos específicos para o vício entre as pessoas que carregam essa variação genética (Chris Groom/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 22h26.
São Paulo - A quantidade de cigarros que uma pessoa fuma por dia pode ser determinada por uma variação genética, de acordo com uma nova pesquisa com mais de 30.000 participantes, feita por 50 instituições médicas dos Estados Unidos.
O trabalho descobriu que os fumantes com uma determinada variante genética consomem 30 cigarros a mais ao mês do que os outros fumantes. Os resultados foram publicados nesta terça-feira no periódico Translational Psychiatry e fazem parte do Estudo de Tabaco em Populações Minoritárias (STOMP, na sigla em inglês), do Consórcio de Genética.
Os pesquisadores, que pertencem a universidades como a de Stanford, de Indiana e de Washington, analisaram o material genético de 32.389 indivíduos fumantes e não fumantes. Eles observaram que uma determinada variação no gene que funciona como receptor de nicotina faz com que a pessoa fume um cigarro a mais ao dia. Outra variante no mesmo gene já havia sido anteriormente associada ao hábito de fumar.
Segundo Helena Furberg, uma das autoras do trabalho, esses resultados podem possibilitar tratamentos específicos para o vício entre as pessoas que carregam essa variação genética.
No entanto, como explica o coordenador do estudo, Sean David, os fatores ambientais — como ter fácil acesso ao cigarro, estar cercado por pessoas que fumam ou estar exposto a situações de stress que levem um indivíduo a fumar mais, por exemplo — são tão importantes quanto o fator genético e, por isso, também devem ser levados em consideração nas abordagens contra o tabagismo.