Repórter
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 19h35.
Cientistas conduziram recentemente uma análise detalhada sobre os efeitos dos furacões espaciais no clima, fenômenos que se assemelham a grandes auroras, mas com formato de ciclones, próximos aos polos magnéticos da Terra durante o verão.
O estudo, publicado na Space Weather, examina uma tempestade de plasma registrada em agosto de 2014 no Hemisfério Norte. Esse evento ocorreu em um período considerado ideal para a formação de furacões espaciais, quando há um transporte eficiente de energia do vento solar para o ambiente espacial.
Com base em dados geomagnéticos coletados em estações da Groenlândia, os pesquisadores indicam que essas tempestades de plasma podem gerar instabilidades pequenas o suficiente para interferir nos sinais de satélites, como os de GPS.
O termo "furacão espacial" foi utilizado para descrever a primeira observação do fenômeno em 20 de agosto de 2014. O evento apresentou uma mancha auroral de mais de 1.000 km de diâmetro, com rotação no sentido anti-horário, e permaneceu estável por um período significativo.
Este fenômeno é raro, ocorrendo com uma média de cerca de 10 eventos por ano, tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul, com maior frequência durante o dia, o que dificulta sua observação a olho nu.
Pesquisas anteriores indicam que furacões espaciais podem surgir em ambos os hemisférios, com um impacto mais significativo em latitudes magnéticas acima de 80°. Embora esses eventos sejam mais comuns em períodos calmos, como quando a pressão do vento solar é baixa, eles podem ainda assim gerar efeitos climáticos espaciais consideráveis.
Apesar de os efeitos dos furacões espaciais estarem concentrados principalmente nas regiões próximas aos polos, o estudo alerta para a importância de monitorar suas consequências, especialmente com o aumento da atividade humana nas áreas polares.
Os autores do estudo destacam que, embora as conclusões sejam baseadas em um único evento, as descobertas fornecem um panorama relevante dos processos físicos subjacentes a esse fenômeno.
“Ainda que os dados se limitem a um evento específico, eles trazem uma visão valiosa sobre os efeitos potenciais de furacões espaciais, considerando o crescente desenvolvimento humano nas regiões polares”, afirmam.
Com um total de 329 furacões espaciais registrados no Hemisfério Norte e 259 no Hemisfério Sul ao longo dos últimos dez anos, os pesquisadores estão planejando novas investigações para expandir o banco de dados e entender melhor as implicações dessas tempestades para as tecnologias e para o clima terrestre.