Ciência

Francês consegue cruzar o Canal da Mancha com "prancha voadora"

A "prancha voadora" é um dispositivo voador autônomo alimentado por querosene e pode atingir uma velocidade de até 190 km/h

Inventor francês Franky Zapata voando para atravessar o Canal da Mancha (Yves Herman/Reuters)

Inventor francês Franky Zapata voando para atravessar o Canal da Mancha (Yves Herman/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de agosto de 2019 às 09h55.

Em sua segunda tentativa, ele conseguiu: o francês Franky Zapata, conhecido como "homem voador", cruzou neste domingo o Canal da Mancha a bordo de seu "Flyboard" em pouco mais de 20 minutos, após uma breve parada em um barco para reabastecimento.

O francês de 40 anos decolou às 8H15 (3H15 de Brasília) a bordo de sua "prancha voadora" da praia de Sangatte, norte da França, diante dos olhares de centenas de curiosos.

Ele seguiu rumo à baía de St Margaret, sul da Inglaterra, onde pousou 22 minutos mais tarde, depois de sobrevoar o canal a 15-20 metros de altura. Assim, ele se tornou o primeiro homem a cruzar o Canal da Mancha a bordo de uma "prancha voadora".

O inventor, ex-campeão mundial e europeu de jet ski, fez o trajeto de 35 km escoltado por três helicópteros.

A "prancha voadora" é um dispositivo voador autônomo alimentado por querosene armazenado em uma mochila, está equipado com cinco mini-turborreatores, que permitem atingir uma velocidade de até 190 km/h durante dez minutos.

Ao chegar à costa britânica, Zapata celebrou a façanha com seus colaboradores.

"Tudo saiu bem. Mesmo o que foi complicado (o abastecimento no barco)... Depois, eu via a Inglaterra se aproximando e tentei aproveitar para não pensar na dor. As pernas queimavam", declarou Zapata.

Ele fez questão de ressaltar que este foi um "trabalho de equipe".

"Voei a 160-170 km/h ao longo de quase toda a travessia", disse o francês, informado pelo indicador de velocidade sonora que tem no capacete.

Zapata se declarou cansado e afirmou que precisa de férias, mas também disse que tem outros desafios em mente, como concluir seu "carro voador".

"Quero voar a 2.000 metros e voar acima das nuvens. É a próxima etapa", declarou à AFP.

"Me sento bem, feliz, afortunado".

Pouco depois de completar o percurso, Zapata não conseguiu conter as lágrimas ao conversar com o filho por telefone. "Você é o melhor, papai", disse o menino".

Em 25 de julho, 110 anos depois do êxito do francês Louis Blériot, primeiro aviador a atravessar o Canal da Mancha, Zapata tentou realizar uma nova façanha com sua invenção. No entanto, poucos minutos depois de entrar no território inglês caiu na água, depois de bater levemente na plataforma do barco de abastecimento em que tentava pousar.

Ao ser questionado se poderia ser considerado um sucessor Bleriot, Zapata respondeu: "Não é realmente comparável, ele foi um dos primeiros homens a voar. Digamos que realizei meu sonho".

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