Ciência

França testa sangue de verme marinho em pacientes com covid-19

Um medicamento produzido com sangue da Arenicola, verme que mede entre 10 e 15 centímetros, está sendo testado como possível tratamento contra o coronavírus

Arenicola marinha: o sangue do verme está sendo usado na produção de medicamento (Foto/AFP)

Arenicola marinha: o sangue do verme está sendo usado na produção de medicamento (Foto/AFP)

A

AFP

Publicado em 4 de abril de 2020 às 15h27.

Última atualização em 4 de abril de 2020 às 15h47.

Um teste clínico que consiste em administrar a pacientes com covid-19 uma solução a base de sangue de um verme marinho com capacidade de transportar oxigênio foi autorizado na França, anunciaram neste sábado os autores do projeto.

Após o aval da Agência Nacional francesa de Medicamento e Produtos de Saúde (ANSM), há uma semana, a empresa Hemarina (com sede na Bretanha, no noroeste da França), que desenvolveu o produto, anunciou à AFP que obteve nesta madrugada a autorização do Comitê de Proteção de Pessoas (CPP) para realizar o teste, segundo seu diretor, Franck Zal.

A solução é produzida com a hemoglobina da Arenicola, que mede entre 10 e 15 centímetros. Sua hemoglobina – molécula presente nos glóbulos vermelhos e que tem como missão transportar o oxigênio pelo corpo – é capaz de levar 40 vezes mais oxigênio do que a hemoglobina humana. Ao contrário desta última, contida nos glóbulos vermelhos, a da Arenicola é extracelular.

Esse "respirador molecular", cujo projeto recebeu o nome de Mônaco, é uma "esperança para aliviar as UTIs", comentou Zal. O teste será feito em 10 pacientes, em um hospital de Paris.

Atualmente, não há tratamento comprovadamente eficaz para a covid-19, embora haja estudos em andamento.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasRemédios

Mais de Ciência

Musk promete levar para Marte cinco naves sem tripulação até 2026

Pesquisadores britânicos descobrem novo grupo sanguíneo

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050