Ciência

Formigas têm GPS sofisticado e podem andar para trás

As formigas aparentemente são capazes de reconhecer o mundo ao redor delas, seja qual for a direção que tomem

Formiga: insetos utilizam a posição do sol e sua memória visual dos lugares (Omar Franco/ sxc)

Formiga: insetos utilizam a posição do sol e sua memória visual dos lugares (Omar Franco/ sxc)

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AFP

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 09h45.

As formigas têm um sistema de navegação GPS muito sofisticado que lhes permite se orientar sem problemas, incluindo andando para trás quando transportam cargas pesadas de comida, segundo os pesquisadores.

Para se guiar e encontrar o caminho de seu formigueiro, estes insetos utilizam a posição do sol e sua memória visual dos lugares, explicam estes entomologistas, cujo estudo foi publicado na quinta-feira na revista americana Current Biology.

Estes cientistas observaram que as formigas caminham para trás e param de vez em quando para olhar ao redor com o objetivo de verificar onde estão e utilizar esta informação para estabelecer seu itinerário em função do sol.

Esta descoberta sugere que são capazes de aproveitar as interações espaciais no mundo exterior, e não apenas com relação a elas.

Sua alta capacidade de ajuste para navegar pode ser uma fonte de inspiração para criar novos programas de computador destinados a orientar os robôs, estimam os pesquisadores.

Embora as formigas geralmente caminhem para frente quando transportam pequenos pedaços de comida, muitas vezes caminham para trás quando precisam transportar cargas pesadas ao seu formigueiro.

Estas observações sugerem que as formigas aparentemente são capazes de reconhecer o mundo ao redor delas, seja qual for a direção que tomem.

Também podem manter seu nível de orientação quando se deslocam em todas as direções: para frente, para trás ou lateralmente.

"As formigas têm um cérebro relativamente pequeno, cujo tamanho é inferior à cabeça de um alfinete, mas, apesar disso, podem navegar sem problemas em condições difíceis", explica a professora Barbara Webb, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido.

"Compreender seu comportamento nos dá novas informações sobre o funcionamento de seu cérebro e pode nos inspirar a conceber sistemas robóticos que reproduzam suas funções cerebrais", acrescenta.

Para entender como estes insetos enfrentam diversos obstáculos e ajustam seu trajeto para encontrar o caminho de volta para casa, os estudiosos colocaram à prova formigas do deserto em seu ambiente natural.

Os pesquisadores colocaram espelhos para alterar sua percepção da posição do sol e então constataram que as formigas iam na direção errada.

Este estudo internacional também foi realizado por uma equipe de cientistas da Universidade Nacional Australiana e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França.

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