Ciência

Fiocruz pede registro definitivo da vacina AstraZeneca/Oxford contra a covid-19

A Anvisa informou que tem 60 dias para analisar o registro definitivo da vacina de Oxford, mas que dará "total prioridade"

Oxford: Anvisa afirma que dará prioridade para aprovação da vacina (Ricardo Moraes/Reuters)

Oxford: Anvisa afirma que dará prioridade para aprovação da vacina (Ricardo Moraes/Reuters)

A

AFP

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 08h09.

O laboratório britânico AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pediram nesta sexta-feira (29) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro definitivo de sua vacina contra o coronavírus para poder produzi-la em escala no Brasil.

"Este é mais um passo fundamental no enfrentamento à pandemia e dará à população brasileira um amplo acesso à vacina, que será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde", manifestou-se no portal da Fiocruz Nísia Trindade Lima, presidente da prestigiosa instituição científica, subordinada ao ministério da Saúde.

O pedido ocorre em meio a um recrudescimento da pandemia no Brasil e ao temor de que a nova variante surgida no Amazonas, que os cientistas suspeitam ser mais contagiosa, esteja se espalhando pelo resto do país.

Até agora, a Anvisa só tinha aprovado o uso emergencial de 2 milhões de doses importadas da Índia da vacina AstraZeneca/Oxford, que no Brasil (produzida no Brasil em conjunto com a Fiocruz) e de outros 10 milhões da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em associação com o Instituto Butantan, de São Paulo. Ambas exigem duas doses para garantir a imunização.

A Anvisa informou que tem 60 dias para analisar o registro definitivo da vacina de Oxford, mas que dará "total prioridade" à análise para concluí-lo "no menor tempo possível".

Com 212 milhões de habitantes, o Brasil iniciou há doze dias e de forma muito gradual sua campanha de vacinação, centrada primeiro no pessoal de saúde, nos idosos e na população indígena.

A Fiocruz aguarda a chegada do insumo proveniente da China para iniciar a produção das 100,4 milhões de doses que planeja entregar ao governo ao longo do primeiro trimestre - 50 milhões já em abril.

Segundo o acordo de transferência tecnológica assinado com a AstraZeneca, a partir do segundo semestre, a Fiocruz poderá produzir no Brasil a matéria-prima com a qual pretende fabricar outros 110 milhões de doses ao longo de 2021.

O Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, tem um acordo similar com a Sinovac.

A União Europeia autorizou nesta sexta-feira a vacina da AstraZeneca, a terceira que pode ser distribuída na UE, além dos imunizantes dos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna.

A permissão foi concedida no momento em que a AstraZeneca é alvo da indignação da UE, após anunciar que só poderia fornecer um quarto das doses que havia prometido no primeiro trimestre de 2021.

Com mais de 222.000 mortes pela covid-19, o Brasil é o segundo país mais enlutado do mundo pela pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos, e há quase dez dias vem registrando uma média móvel de mais de mil óbitos diários.

Acompanhe tudo sobre:AstraZenecaCoronavírusDoençasPandemiavacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido