Ciência

Fiocruz diz que vacina da AstraZeneca é extremamente segura

A Fiocruz reforçou a posição da agência europeia e também citou declarações da Organização Mundial da Saúde e da AstraZeneca a respeito da segurança da vacina

Fiocruz: a fundação tem contrato para produzir 210 milhões de doses da vacina ao longo deste ano (Ricardo Moraes/Reuters)

Fiocruz: a fundação tem contrato para produzir 210 milhões de doses da vacina ao longo deste ano (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 16 de março de 2021 às 18h11.

Última atualização em 16 de março de 2021 às 18h23.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção no Brasil da vacina contra covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, afirmou nesta terça-feira que o imunizante é extremamente seguro, conforme demonstrado em ensaios clínicos, e que não há evidência de aumento do risco de formação de coágulos sanguíneos pela vacina até o momento.

Diversos países europeus, incluindo os maiores membros da União Europeia — Alemanha, França e Itália — suspenderam o uso do imunizante nos últimos dias após casos isolados de hemorragia, formação de coágulos sanguíneos e baixa contagem de plaquetas em pessoas que receberam a vacina, à espera do desfecho de uma investigação da agência reguladora de medicamentos da UE sobre os casos.

Nesta terça-feira, a diretora-executiva da agência europeia EMA, Emer Cooke, disse que não há indicação de que os incidentes envolvendo a formação de coágulos, que ela chamou de "muito raros", foram causados pela vacina, a afirmou que os benefícios do imunizante continuam a superar os riscos. A investigação da agência continua, acrescentou.

Em nota, a Fiocruz reforçou a posição da agência europeia e também citou declarações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da AstraZeneca a respeito da segurança da vacina.

"Mais de 17 milhões de pessoas, na União Europeia e no Reino Unido, e cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil já foram vacinadas com esse imunizante sem que houvesse, até o momento, evidência de aumento de risco de formação de coágulos sanguíneos em qualquer faixa etária", disse a Fiocruz.

A fundação citou informações divulgadas pela AstraZeneca de que, até 8 de março, foram relatados 15 eventos de trombose venosa profunda e 22 eventos de embolismo pulmonar em investigação da farmacêutica referente à vacinação de mais de 17 milhões de pessoas na União Europeia e Reino Unido, sem demonstrar "evidência de aumento do risco de eventos trombólicos para qualquer faixa etária, gênero ou lote de vacina de determinado país".

Na segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que vem monitorando cinco casos suspeitos de eventos tromboembólicos ocorridos no Brasil, "não havendo, até o momento, correlação estabelecida entre o uso da vacina Fiocruz/AstraZeneca com eventos adversos relacionados à coagulação sanguínea”, e acrescentou não haver motivo para a adoção de qualquer medida sanitária.

Segundo a Fiocruz, a área de farmacovigilância da fundação tem se mantido em estreita comunicação com a Anvisa e com o Programa Nacional de Imunização (PNI) para monitoramento e análise de notificações de eventos adversos. "Os eventos adversos compreendem qualquer ocorrência indesejável, sem que necessariamente exista relação causal com a vacina", afirmou.

A Fiocruz tem contrato para produzir 210 milhões de doses da vacina ao longo deste ano, sendo 100,4 milhões com insumos importados e o restante de produção 100% nacional. Até o momento, no entanto, a fundação não entregou doses envasadas localmente ao Ministério da Saúde devido a atrasos no cronograma, tendo repassado somente 4 milhões de doses que foram importadas prontas da Índia.

Acompanhe tudo sobre:AstraZenecaCoronavírusFiocruzPandemiaUniversidade de Oxfordvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Cientistas criam "espaguete" 200 vezes mais fino que um fio de cabelo humano

Cientistas conseguem reverter problemas de visão usando células-tronco pela primeira vez

Meteorito sugere que existia água em Marte há 742 milhões de anos

Como esta cientista curou o próprio câncer de mama — e por que isso não deve ser repetido