Ciência

Falar alto pode deixar covid-19 no ar por até 14 minutos, diz estudo

Resultados podem reforçar o uso de máscaras ao sair de casa, uma vez que existe a probabilidade do infectado transmitir o vírus só pela fala

Coronavírus: fala pode deixar vírus no ar por até 14 minutos em ambientes fechados (sesame/Getty Images)

Coronavírus: fala pode deixar vírus no ar por até 14 minutos em ambientes fechados (sesame/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 18 de maio de 2020 às 16h09.

Se o novo coronavírus pode ficar de dois a três dias em plástico ou aço inoxidável, pense em quanto tempo ele pode ficar no ar. Pensou? Agora pense se alguém falar muito alto. Isso não deve causar diferença no tempo que o vírus fica exposto, certo? Errado. Segundo um estudo recente feito pelos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos, quando o infectado fala alto, o vírus da covid-19 pode ficar no ar por até 14 minutos.

Os pesquisadores estimam que apenas um minuto de fala pode gerar pelo menos mil gotas de saliva infectadas com o vírus, que podem ficar de 8 a 14 minutos no ar. Alguns pacientes expeliram 100 mil gotas infectadas. Os números valem até mesmo para os assintomáticos, ou seja, aqueles que não apresentam nenhum sintoma da doença e, mesmo assim, podem transmiti-la. Isso significa que existe uma probabilidade alta do vírus ser transmitido em ambientes fechados.

Para a pesquisa ser realizada, os cientistas pediram para que os infectados repetissem frases e usaram lasers para visualizar as gotas produzidas durante a fala. O estudo traz à tona a preocupação de que, apenas por falar, um paciente pode transmitir o coronavírus para outras pessoas, o que pode acabar reforçando o uso de máscaras ao sair de casa.

Segundo o estudo, na maioria das doenças, cada vírion (partícula infecciosa do vírus) tem uma chance igual de 0% de causar infecção, fato que não é uma certeza no caso do SARS-CoV-2. A infecção, nesses casos, ocorre apenas de humanos para humanos e vale também para outras doenças, como influenza e sarampo.

A pesquisa não levou em conta os diferentes tipos de circulação de ar ou mudanças de temperatura que podem acontecer externamente.

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